Organizar ministério e defender reforma da Previdência drenam agenda econômica


Marca dos primeiros meses de Guedes é ausência de medidas em favor do crescimento

Envolvido na defesa da reforma da Previdência e na organização de sua própria estrutura de funcionamento, o superministério da Economia, liderado por Paulo Guedes, chega aos cem dias de governo com poucas medidas a apresentar.

Guedes elegeu a reforma da Previdência como sua primeira batalha e colocou em espera outras promessas na área econômica, como a abertura comercial e a reforma tributária.

A estratégia é não despertar inimigos e entregar, logo na chegada, a reforma que promete ajustar no longo prazo as contas do governo.

As dificuldades políticas da gestão Jair Bolsonaro (PSL), no entanto, podem retardar o plano e já estão drenando a pauta inicial da Economia

Algumas exceções que escapam à atrofia ocorrem na área microeconômica e, mesmo assim, só agora começam a sair do papel.

Até o fim deste mês, a Secretaria de Produtividade, por exemplo, quer lançar um pacote de ações para facilitar a vida dos empresários.

Enquanto isso não se materializa, nesta segunda-feira (8), Bolsonaro fará uma cerimônia para sancionar projeto que herdou de Michel Temer (MDB), o cadastro positivo, que promete ajudar os juros no longo prazo.

O desafio de Guedes, porém, é de curto prazo.

A economia está estagnada, e a taxa de desemprego, já elevada, subiu. No setor produtivo, assim como no ministério, o clima é de espera pela reforma da Previdência.



FOLHA DE SÃO PAULO
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