Pandemia poderá antecipar em 5 ou 6 anos o fim do
bônus demográfico
Entre as diversas oportunidades que o Brasil tem
desperdiçado nos últimos anos, o bônus demográfico figura entre as principais.
Desde o início da década de 1970, a quantidade de pessoas em idade ativa (PIA),
entre 15 e 64 anos de idade, apresenta um crescimento superior ao do restante
da população como um todo.
O fenômeno, que tende a contribuir com o
desenvolvimento econômico, deve acabar em 2038 sem que o País tenha aproveitado
essa vantagem para impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB).
Pelo contrário:
os períodos mais recentes foram marcados por décadas perdidas, com aumento do
endividamento, inflação e desemprego.
A pandemia surge como um fator que pode antecipar o
fim do bônus demográfico em cinco ou seis anos.
Além de ter ceifado a vida de mais de 620 mil
brasileiros, a covid-19 levou muitos casais a adiarem a decisão de ter filhos
em um momento de tanta incerteza.
“As pessoas que deixaram de nascer em 2020 e
2021 teriam 15 anos em 2035 e 2036, quando estariam entrando na população em
idade ativa.
Por conta da pandemia, o decrescimento da população
em idade ativa vai começar mais cedo”, disse ao Estado o professor aposentado
da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) José Eustáquio Diniz Alves.
O ESTADO DE SÃO PAULO