MERCADO FINANCEIRO


Em apenas dois dias de novembro, renda fixa recupera toda a perda de outubro.

Pressão negativa no mercado de renda fixa começa a se dissipar e títulos disparam.

O inverno para a renda fixa referenciada ao IPCA e prefixada parece estar ficando para trás. Desde agosto, os títulos referenciados à inflação tiveram desempenho abaixo do CDI ou até negativo. 

Entretanto, as notícias positivas nestes dois primeiros dias úteis de novembro, já reverteram o resultado negativo de outubro. Mas, ainda tem mais rendimento bom por vir.

Esse movimento de recuperação dos títulos de renda fixa não foi exclusivo no mercado brasileiro. 

Os títulos públicos federais americanos de 10 anos de vencimento também recuperaram a perda de outubro nestes primeiros dias de novembro.

As taxas dessa sexta, dados econômicos americanos apontando uma desaceleração do crescimento, deram ao mercado maior convicção de que os juros de curto prazo devem parar de subir e isso derrubou ainda mais os juros de longo prazo.

Na sexta-feira foi divulgada a pesquisa PMI de serviços e dados do mercado de emprego americanos. Ambos, trouxeram indicações piores que a esperada, indicando uma desaceleração econômica. 

Embora estas notícias signifiquem menor crescimento e sejam levemente negativas para a economia e para as empresas, a possibilidade de menor aumento de juros tem impacto mais forte neste instante.

No Brasil, o COPOM, na quarta-feira, também confirmou a tendência de queda da Selic e favoreceu o movimento de queda dos juros de vencimentos de longo prazo. 

Estes tinham subido nos últimos três meses derrubando os preços dos títulos

juros dos títulos americanos com vencimento mais longo caíram desde quarta após o comunicado do FED.

Um movimento tão intenso em dois dias, contrário e de mesma magnitude da variação observada em um mês inteiro, sinaliza que o mercado se encontrava como uma mola pressionada pela visão negativa e que precisava de muito pouco para liberar parte da energia potencial armazenada. 

Os candidatos ao Enem deste domingo sabem bem do que estou falando.

Apesar da forte alta deste início de mês, ainda resta aos títulos de renda fixa recuperar o atraso dos meses de agosto e setembro, além da perda econômica do juro básico.



FOLHA DE SÃO PAULO
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