Incerteza e novos hábitos levam o mundo à 'economia
a 90%'.
Nenhum país retomou
nível de atividade pré-coronavírus, aponta índice com 131 nações.
A contração recorde
de 9,7% da economia brasileira no segundo
trimestre não prendeu por muito tempo a atenção de analistas, mais ocupados em
decifrar o ritmo atual de recuperação da atividade produtiva.
É um clichê no
mercado se referir ao PIB (Produto Interno Bruto) como um retrato tirado pelo retrovisor, já que o
indicador é sempre conhecido com atraso em relação ao período a que se refere.
A pandemia do coronavírus acentuou esse
aspecto de águas passadas do dado.
Estatísticas
divulgadas com maior frequência – como produção industrial, vendas do varejo e
consumo de energia – indicam que, após registrarem quedas históricas como a
brasileira, economias pelo mundo afora dão sinais de retomada.
Não está claro,
porém, quanto tempo elas demorarão a atingir o nível em que estavam antes da
pandemia e os prejuízos que essa demora pode acarretar.
Um indicador criado
pela Luohan Academy, centro de pesquisa chinês, para medir o ritmo dessa
escalada de volta mostra que, entre 131 países acompanhados diariamente, nenhum
retomou o patamar de atividade anterior à eclosão da Covid-19 em seus
territórios.
Idealizado por
Michael Spence, vencedor do Nobel de Economia, o Pandemic Economy Tracker (PET)
aponta para recuperações que oscilam entre um mínimo de 82,4% do nível
pré-crise no Peru e um máximo de 98,3% na China.
No meio do caminho,
estão Brasil com uma retomada de 95,8%, Alemanha com 94,8%, Estados Unidos com
92%, Itália com 91,4%, Espanha com 91,2%, Reino Unido com 89,4%, Argentina com
89,2%, Índia com 88,4%, entre outros.
FOLHA DE SÃO PAULO