Primeiro semestre tem entrada recorde de
estrangeiros na Bolsa.
Sem
contar ofertas de ações, há investimento líquido de R$ 48 bilhões.
A Bolsa de Valores brasileira teve entrada
recorde de estrangeiros no primeiro semestre de 2021.
Sem contar IPOs (ofertas iniciais de ações) e
follow-ons (ofertas secundárias de ações), foram R$ 48 bilhões de investimento
líquido no período, recorde para os primeiros seis meses do ano de acordo com
série histórica da B3 iniciada
em 2003.
Levando em conta os R$ 17,6 bilhões das ofertas de
ações no período, o saldo é de R$ 65,6 bilhões.
A maior entrada de recursos do exterior na B3
para um primeiro semstre até então era de 2015, com R$ 21,54 bilhões. Corrigido
pela inflação, esse valor equivale a R$ 31,36 bilhões hoje.
Segundo analistas, a melhora nas expectativas para
a economia brasileira em 2021, com dados econômicos acima do esperado —como o
PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre, que subiu 1,2%—, o avanço da
vacinação contra o coronavírus e a redução da relação dívida-PIB impulsionaram
as compras de estrangeiros.
A previsão no início do ano era que dívida pública
chegaria próximo de 100% do PIB ao fim do ano, mas, ela tem caído e foi a 84,5% do PIB em maio, segundo o Banco
Central.
Impulsionado por estes fatoroes, o Ibovespa, principal índice acionário do Brasil, subiu 6,5% no
semestre, superando a queda de 7,5% nos dois primeiros meses do ano.
No início de junho, o Ibovespa estabeleceu um novo
recorde nominal (sem descontar a inflação), aos 130.776 pontos.
O real também foi beneficiado pelo cenário melhor
do que o esperado.
Em junho, o dólar cedeu 4,8% ante a divisa
brasileira, rompendo a barreira psicológica dos R$ 5 pela primeira vez em pouco
mais de um ano.
Este foi o terceiro mês seguido de queda da divisa dos EUA ante
o real, que, no semestre, cedeu 4,18%.
A desvalorização foi fruto do ciclo de alta de
juros no Brasil e de estabilidade das taxas nos EUA.
A Selic (taxa básica de
juros), que estava a 2% no início do ano, foi para 4,25% e o mercado vê a taxa
a 6,5% ao fim do ano.
FOLHA DE SÃO PAULO