Hábitos
alimentares ou mesmo falta de acesso a uma alimentação adequada podem levar a
um baixo consumo de nutrientes. O cálcio, por exemplo, age na prevenção da osteoporose e, segundo uma pesquisa da International
Osteoporosis Foundation (IOF), os brasileiros consomem só metade da
quantidade diária necessária desse mineral.
Melhor idade. O médico reumatologista diz que, no caso dos idosos, é preciso levar em
consideração outros problemas que costumam afetar essa população. Pressão
arterial e colesterol altos exigem consumo de leites magros, por exemplo.
Aliás, segundo ele, o leite desnatado tem um pouco mais de cálcio do que o
integral. Queijos brancos e minas frescal também são mais aconselhados.
Ele alerta que,
até 2050, haverá uma inversão da pirâmide populacional, em que teremos mais
idosos do que jovens no País. "Com esse incremento de idosos, aumenta as
doenças do envelhecimento. Então, tem de cuidar desde já para que tenhamos
idosos saudáveis e que não sofram as consequências das fraturas [da osteoporose].
E o cálcio é peça chave nisso", afirma.
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Frequente na
terceira idade, osteoporose é mais intensa entre público feminino.
Além de proteger
os ossos, o cálcio também é importante para a saúde cardiovascular. Novos
estudos indicam a relação entre o déficit desse mineral e a presença de sobrepeso ou
obesidade, por exemplo. Dados epidemiológicos ainda sugerem que pessoas com alta ingestão de cálcio têm menor
prevalência de sobrepeso, obesidade e síndrome de resistência à
insulina.
A pesquisa da IOF,
chamada de Mapa do Cálcio,
compilou dados já conhecidos de 74 países para fazer uma análise mundial. No
ranking, o Brasil aparece na 28ª posição
de consumo inadequado, com uma média de 505 miligramas de cálcio por
dia quando o ideal são mil.
Os motivos para o
baixo consumo não foram abordados pela pesquisa nesse primeiro momento, mas
algumas hipóteses podem ser levantadas. "Tem a ver com o hábito de consumo
de leites e derivados ou pode não ter acesso ao leite. Mesmo pessoas com níveis
socioeconômicos elevados têm baixo consumo", diz Talita Biason, gerente
médica de Consumer Healthcare da Sanofi. A farmacêutica possui uma parceria com
a IOF para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de cuidar da saúde dos
ossos.
Além de melhorar
o hábito, Talita diz que educar e informar a população sobre a importância
desse mineral para a saúde é o principal ponto. Esse trabalho deve ser feito
tanto com a comunidade médica quanto com a sociedade.
Reserva de cálcio.
O reumatologista Charlles Heldan de Moura Castro,
presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e
Osteometabolismo (ABRASSO) de São Paulo, explica que, até os 30 anos
de idade, o organismo constrói uma reserva de massa óssea. O osteoblasto é a
célula responsável por essa formação.
O ESTADO DE SÃO PAULO