Tesouro Direto:
com risco fiscal em alta, perdas dos títulos públicos chegam a 12,4% em
setembro.
Especialistas
chamam atenção para rara desvalorização do Tesouro Selic, de quase 0,5% no mês
passado.
O aumento do
risco enxergado pelos investidores quanto à condução da política fiscal do país
em 2021, como já havia sido em agosto, foi novamente a principal razão para a
forte abertura das taxas dos títulos públicos no mês passado, mas com uma
intensidade ainda maior.
Até mesmo os
títulos públicos atrelados à taxa básica de juros (Tesouro Selic), usualmente
apontados como alternativa para manter a reserva de emergência pela baixa
volatilidade, tiveram retorno negativo em setembro.
À medida que
piora a avaliação do mercado sobre a evolução das contas públicas, os prêmios
que o governo precisa pagar para se financiar aumentam, e provocam uma queda no
preço dos títulos que estão nas mãos dos investidores, especialmente nos de
mais longo prazo.
Entre os papéis
disponíveis no Tesouro Direto, programa de compra e venda dos títulos públicos
voltado ao investidor pessoa física, os preços do Tesouro IPCA+ com vencimento
em 2045, que já haviam caído 9,45% em agosto, voltaram a liderar as perdas em
setembro, com uma baixa de 12,38%.
O juro real pago pelo papel subiu de 3,72%,
no fim de agosto, para 4,11%, no encerramento de setembro.
Destaque de
baixa também para o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055, com queda de 7,52%
no mês passado.
Vale ainda
mencionar a rara rentabilidade negativa em setembro de 0,46% do Tesouro Selic
com vencimento em 2025. Segundo especialistas do mercado, movimento parecido
não era observado desde 2002, embora seja visto como algo pontual.
No acumulado de
2020, a maior queda é do título indexado à inflação com vencimento em 2045, de
15,48%.
Entre os
destaques positivos, o Tesouro Prefixado para 2023 sobe 6,53% de janeiro a
setembro, e 8,65% em 12 meses.
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