Fundo do poço se deu no fim de março e junho mostra
recuperação, aponta indicador diário do Itaú.
Banco
diz que nova onda de contaminação e fim de auxílios são riscos para retomada.
O novo indicador diário de atividade econômica
elaborado pelo Itaú Unibanco mostra que a economia brasileira atingiu o fundo do poço no dia 28 de março e, três
meses depois, havia recuperado praticamente metade das perdas verificadas em
relação à primeira quinzena de março, pouco antes do anúncio de medidas de
isolamento social por vários estados e municípios.
O economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario
Mesquita, afirma que os indicadores econômicos sugerem que o pior da atividade
econômica ficou para trás, mas que há um risco de curto prazo, que é uma
segunda onda da doença que afete a retomada da atividade, e um para o final do
ano, que é o fim das medidas de compensação de perda de renda.
O Idat (indicador diário de atividade) foi
elaborado considerando um patamar de 100 pontos para a primeira quinzena de
março.
Chegou a 55 pontos no dia 28 daquele mês e, no último dado disponível,
marcou 77 pontos no último domingo (28).
Quando considerada a média mensal, o indicador
atingiu o nível mais baixo em abril (66 pontos), tendo se recuperado em maio
(73) e junho (82, no dado parcial). Também nessa comparação, recuperou cerca de
metade das perdas.
O economista afirma que essa é uma recessão
mais intensificada pela queda na produção do que da renda disponível, pois a
injeção de recursos por causa do auxílio emergencial e a liberação
extraordinária do FGTS, por exemplo, estão fazendo alguma diferença.
FOLHA DE SÃO PAULO