Em relatório sobre o estado da
política fiscal pelo mundo, o FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê que a
dívida bruta do governo do Brasil deve bater os 90% do PIB no ano que vem, e
chegar a quase 100% até 2023.
É um dos maiores patamares de
dívida entre as economias emergentes do mundo, e comparável à de países
desenvolvidos. Na América Latina, por exemplo, a média é de 61%. O percentual
fica na casa dos 50% na Argentina e na Colômbia, e não passa de 23% no Chile.
“É um nível muito alto no
contexto dos mercados emergentes”, afirma o economista Vitor Gaspar,
diretor do departamento de Assuntos Fiscais do FMI.
Em 2018, o percentual da
dívida pública brasileira deve chegar a 87,3% do PIB, segundo o FMI. No ano que
vem, bate nos 90,2% e, em 2023, atinge 96,3%. No ano passado, esse percentual
foi de 84%.“São níveis que, no passado, estiveram associados a crises fiscais”,
comenta Gaspar. “A dívida média só foi maior durante os anos 1980, que ganharam
o título de ‘década perdida’ na América Latina.”
A proporção da dívida pública
brasileira preocupa o FMI, que pediu a aceleração das reformas e do ajuste
fiscal do país no documento Fiscal Monitor, lançado nesta quarta-feira (18).
“Dada a força de sua recuperação econômica, o
Brasil deveria acelerar o passo da consolidação e estimular o esforço fiscal”,
informa o relatório.
DINHEIRAMA