Governo e empresas avançam em acordo para voto de
qualidade no Carf.
Texto de uma
possível emenda à medida provisória foi encaminhado para versão final.
O debate sobre o
voto de qualidade no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) deu
mais um passo rumo ao consenso que a equipe econômica vem costurando para
tentar avançar no Congresso com a medida provisória que trata do tema, vista
como uma das maiores preocupações entre as MPs editadas até agora por Lula.
O texto de uma
possível emenda para modificar a MP, que vinha sendo discutida com empresários
e tributaristas nas últimas semanas, foi para a versão final com a PGFN
(Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) nesta quarta (8).
Os termos do acordo
estão muito próximos da proposta que havia sido levada pelo empresário João
Camargo, do grupo Esfera, e a Abrasca (associação de companhias
abertas que reúne nomes como Ambev e Americanas).
Conforme o Painel
S.A. antecipou, a proposta derruba multa e juros, ou seja, nos casos de empate
no Carf, o contribuinte paga apenas o principal, sem correção monetária.
O que
muda em relação à primeira sugestão das empresas é o prazo para negociar o
pagamento, que deve ficar em 90 dias, em vez de 180, como queriam as empresas.
Depois dos últimos
ajustes na minuta, o governo deve aprofundar a discussão com o Congresso sobre
o assunto, o que já começou.
Os empresários da Esfera, que no mês passado
chegaram a fazer um apelo aos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e
Rodrigo Pacheco, para barrar a medida no Congresso, agora devem recuar com a
pressão. Na sexta-feira (3), o grupo Esfera promoveu um jantar em homenagem a
Lira.
O presidente da
Câmara se manifestou sobre o tema do voto de qualidade no Carf nesta terça (7)
e defendeu um meio-termo.
FOLHA DE SÃO PAULO