Em suplemento especial sobre as tendências que se
abrem para o futuro, o jornal VALOR ECONÔMICO mostra
que hoje a tecnologia não está mais restrita à área de TI, está no
'mindset' da direção da companhia. É o topo da organização que puxa toda a
conversa sobre tecnologia, que está contaminando o mundo. Está gostoso se
envolver com a tecnologia, em todas as áreas de uma empresa. As empresas
precisam prestar atenção à velocidade dessa mudança, que é brutal. Talvez seu
negócio amanhã não seja mais um bom negócio. Quem seguir pelo caminho da
teimosia vai quebrar.
No Brasil, com a tecnologia na pauta dos tomadores
de decisão das organizações líderes, a busca dos executivos é estar em linha
com os maiores pensadores de inovação do mundo. E eles afirmam que é
imprescindível a mudança nos padrões mentais que guiam comportamentos e
pensamentos, também conhecidos no mundo dos negócios com "mindset".
Somente a ruptura de padrões mentais permitirá às organizações se manterem
vivas, produtivas e competitivas nas próximas duas décadas.
Em outro texto no mesmo suplemento, o
cientista biomédico Robert Hariri assegura que, com os avanços da
biotecnologia, o ser humano poderá chegar aos 100 anos, com saúde, vitalidade,
aparência física e funções cognitivas de um indivíduo de 60. É o que ele chama
de "100 em novos 60". "Não é só o aumento de tempo de vida, mas
também a restauração da capacidade de desempenho. Com o processo de
envelhecimento, o sistema imunológico e as funções cognitivas começam a
declinar", diz ele, buscando, na pesquisa, combater esses males, e agregar
outros benefícios, como redução de rugas e fim da calvície.
Em outro texto, o jornal chama a atenção para o
fato de que a tecnologia para o envelhecimento é hoje um dos setores mais
promissores e está no centro da estratégia industrial dos países desenvolvidos
denominada economia da longevidade. Até a crise mundial de 2008, a visão fiscal
sobre a dinâmica demográfica, ou seja, o aumento do custo dos sistemas de
seguridade social, era a única perspectiva dos economistas em relação às
sociedades envelhecidas. Embora essa ainda seja uma visão hegemônica, outro
aspecto das rápidas transformações populacionais passou a emergir, sobretudo
nos Estados Unidos, na União Europeia e no Japão. O horizonte, agora, é bem
menos catastrófico. O envelhecimento passou a ser visto como fonte de geração
de riqueza a partir da mudança da estrutura de consumo das famílias, com mais
idosos e menos crianças, portanto, com novas necessidades a serem atendidas
pela inovação industrial.
No Brasil, os segmentos mais promissores na área da
saúde são a telemedicina e, na área dos cuidados, a teleassistência. A
Associação Paulista de Medicina promoverá, em 2019, o Global Summit Telemedine
and Digital Health, em São Paulo, com o tema "Tecnologia a serviço da
vida". Um exemplo do potencial de crescimento da teleassistência é a
empresa Telehelp, líder no setor e com crescimento anual de 22% nos últimos
três anos. Em 2016, a empresa atendia a 8.200 clientes, hoje já são 12.500 e a
expectativa é atingir 16.000 em 2019. "Nosso grande desafio hoje é o
desconhecimento por parte dos 60+ de que já existem produtos e serviços
tecnológicos destinados especificamente a eles", afirma José Carlos
Vasconcelos, CEO da Telehelp. "Há uma dificuldade de comunicação e
marketing com o público 60+ porque existe um preconceito por parte deles mesmos
em relação ao envelhecimento", completa.
Ancep