Expectativa de vida


O mundo abriga 500 mil centenários, número que deverá duplicar a cada dez anos

 

Os aumentos de longevidade aconteceram graças à ciência, à tecnologia e aos avanços no conhecimento. O declínio da mortalidade foi resultado da aplicação de ideias novas no campo da saúde individual e coletiva e dos benefícios trazidos pelo aumento de produtividade que possibilitaram melhores condições de moradia, nutrição e saneamento básico, pela vacinação em massa e a descoberta dos antibióticos.

A divulgação das teorias que identificaram os germes como causadores de doenças a partir dos últimos anos do século 19, foi crucial na mudança do comportamento individual e na infraestrutura de saúde pública. O mesmo ocorreu com as medidas tomadas contra o fumo, na segunda metade do século 20.

No decorrer do século 21, será possível duplicar mais uma vez a expectativa de vida?

Num trabalho publicado na revista Nature em 2016, Xiao Dong e colaboradores desmentiram essa hipótese. Ao analisar os dados demográficos em 40 países, os autores concluíram que aumentos da sobrevida tendem a declinar depois dos 100 anos. A longevidade atingiria um teto ao redor dos 115 anos. Ninguém comemoraria o aniversário de 125 anos.

O mundo abriga cerca de 500 mil pessoas centenárias, número que deverá duplicar de dez em dez anos. Se, depois dos 105 anos, o risco de morrer for de 50% a cada ano que passa, os demógrafos calculam que o recorde de longevidade em posse de Jeanne Calment deverá ser quebrado com a diferença de um ano a mais a cada década.

Os especialistas não consideram esse o estudo definitivo. O debate prosseguirá. Enquanto eles não chegam à conclusão, cabe a cada um de nós cuidar do corpo da melhor forma possível. Você, leitora, não vai querer chegar aos cem anos com a aparência de quem tem 200.



FOLHA DE SÃO PAULO
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br