Congresso amplia medidas emergenciais e infla conta da crise
Pacote soma impacto de R$ 308 bi até
agora, e técnicos da área econômica falam em rombo fiscal superior a R$ 600 bi.
A análise pelo Congresso Nacional das
primeiras medidas do pacote emergencial contra o coronavírus indica que o governo terá
dificuldade para evitar uma explosão de gastos.
Como consequência, deverá haver
agravamento da deterioração das contas públicas.
A equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) reconhece a
necessidade de ampliar despesas neste momento. Porém, congressistas aprovaram
projetos com alta dos custos das medidas de socorro.
A dimensão das medidas desagradou ao governo e gerou atrito entre os
Poderes.
Em duas propostas analisadas, o gasto extra proposto pelos congressistas em
relação ao plano original do Ministério da Economia será de pelo menos R$ 98
bilhões, em cenário conservador.
Em avaliação mais pessimista da
pasta, o custo adicional pode superar R$ 200 bilhões.
Após resistir inicialmente, a equipe
econômica decidiu abandonar o ajuste fiscal planejado para este ano e ampliar
gastos públicos.
“Essa conta vai ter de ser paga no
futuro. A gente está expandindo o nosso endividamento, seja para a nossa
geração pagar, seja para as gerações futuras.
Então, é preciso muita cautela”,
disse o subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal do
Tesouro, Pedro Jucá, que disse que o governo disponibilizou ferramenta para a
população acompanhar diariamente os recursos públicos liberados e pagos no
combate à pandemia.
Até agora, o pacote soma um impacto
primário de R$ 308 bilhões.
FOLHA DE SÃO PAULO