Novas regras aumentam a chance de as escolas de SP
abrirem em setembro.
Volta às aulas fica
mais factível com decreto que determina que nem todo o estado precisa estar na
fase amarela por 28 dias.
A volta às aulas presenciais em setembro, algo
praticamente impossível pelas regras anteriores da retomada em São Paulo, agora
se torna mais factível.
São duas as razões
para a mudança de expectativa.
A primeira é a recalibragem na reabertura, anunciada na segunda-feira
(27) pelo governo, que facilita o avanço das regiões para fases
mais amenas.
Além disso, um decreto sobre a educação determina que as escolas
reabram quando 80% da população paulista estiver por 28 dias na fase amarela.
Antes era exigido que todo o estado permanecesse no amarelo por esse período.
Atualmente, mais de
50% da população já se encontra no amarelo.
Ainda que a minoria das regiões
esteja nessa fase, está entre elas a Grande São Paulo, que concentra 47% dos
moradores do estado.
Para que as escolas possam abrir no dia 8 de setembro,
será preciso que outras regiões, num total de 30% da população, avancem para o
amarelo até a reclassificação que será anunciada em 7 de agosto.
A data de
reabertura poderá ser mantida se os 20% restantes mudarem para o amarelo até o
dia 21 de agosto. A exigência do decreto é que essa parcela esteja por duas
semanas nesse estágio.
O avanço para o
amarelo nesse prazo era considerado improvável com as regras anteriores, pois
era necessário que menos de 60% dos leitos de UTI para a Covid-19 estivessem
ocupados.
Com a recalibragem, é possível ir para o amarelo com 70% a 80% das
vagas preenchidas, desde que o governo considere que o número de internações e
o de óbitos por 100 mil habitantes estejam dentro de uma zona de segurança.
A Secretaria de Educação sofre pressão dos
professores da rede pública pela manutenção do fechamento.
Nesta quarta, a Apeoesp (Sindicato dos Professores
do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) realizará uma carreata contra a
reabertura, com concentração dos carros em frente ao Palácio dos Bandeirantes,
sede do governo.
Já as escolas
particulares defendem, de forma geral, estar prontas para reabrir.
Tornou-se
tendência, inclusive, a contratação de consultoria de saúde para garantir o
cumprimento dos protocolos de segurança contra a transmissão do vírus.
Muitas
delas têm sofrido com perda de alunos e problemas de inadimplência.
Se na
reclassificação de 7 de agosto a exigência de 80% da população no amarelo não
for cumprida, discute-se nos bastidores uma possível liberação da
regionalização, principalmente para escolas municipais e privadas.
Já no caso da rede
estadual, o governo avalia como mais complexa a reabertura regional, tanto do
ponto de vista pedagógico quanto em relação à negociação com os sindicatos de
professores.
FOLHA DE SÃO PAULO