7 milhões de trabalhadores formais tiveram salário e jornada cortados
após pandemia
Medida editada para evitar demissões
já atinge 21% dos empregados com carteira assinada do país.
O número de trabalhadores formais que
tiveram salários e jornadas reduzidos ou contratos suspensos após a crise do
novo coronavírus ultrapassou 7 milhões nesta segunda-feira (11), segundo dados
do Ministério da Economia.
O saldo representa 21% do total de empregados
com carteira assinada no país.
No dia 1º de abril, o presidente Jair
Bolsonaro editou uma MP que autoriza a suspensão de contratos ou redução de salários e jornadas
de trabalhadores durante a crise provocada pela pandemia.
Trabalhadores afetados recebem uma
compensação do governo que pode chegar a 100% do que receberiam de seguro-desemprego em caso de demissão.
Pelas contas da equipe econômica, a
medida deve alcançar 24,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada, mais
de 70% de todos os empregados formais do país.
O governo lançou uma página na
internet que atualiza todos os dias o número de trabalhadores atingidos pelos
acordos (servicos.mte.gov.br/bem).
O sistema foi
batizado informalmente de “empregômetro”.
Segundo
o IBGE, o Brasil tinha 33,1 milhões de trabalhadores com carteira assinada no
setor privado no trimestre encerrado em março.
O custo total do programa aos cofres públicos é estimado em R$
51,2 bilhões.
Por acordo individual, o empregador pode fazer cortes de
jornadas e salários em 25%, 50% ou 70% por até três meses, a depender da faixa
de renda do trabalhador.
Nos acordos coletivos, é permitida redução em qualquer
percentual.
O governo paga a esses trabalhadores uma proporção do valor do
seguro-desemprego equivalente ao percentual do corte de salário.
A compensação
é de 25%, 50% ou 70% do seguro-desemprego, que varia de R$ 1.045 a R$ 1.813,03.
A suspensão de contratos, por sua vez, pode ser feita por até
dois meses. Nesse caso, o empregado recebe valor integral do seguro-desemprego.
FOLHA DE SÃO PAULO