Aos 92, o ator Othon Bastos vive
o auge da carreira — lotando teatros, aplaudido de pé.
Jards Macalé e João
Donato, duas das mentes mais originais da música brasileira, nem pensam em
retrospectiva, rescaldo ou repeteco, tendo composto dez faixas inéditas e
lançado o disco “Síntese do lance”, com as fotos de divulgação os mostrando
esbanjando juventude: seminus, irreverentes, com meias coloridas — um beirando
os 80, o outro com os 90 batendo à porta.
Chico Buarque completará 81 no mês
que vem, um ano e pouco depois de uma série de shows. Milton Nascimento fez sua
espetacular “Última sessão de música” aos 80.
Aos 82, Caetano Veloso foi a
estádios abarrotados para ouvi-lo ao lado de Maria Bethânia.
Com a mesma idade, Gilberto Gil se despede dos palcos, reverenciando o
“Tempo Rei”. Nenhum deles datado, todos ainda relevantes.
Ney Matogrosso
de 83 anos não perde em nada para aquele que se vê nas telas em “Homem com H”,
meio século mais moço. Roberto Menescal (87) prepara turnê no Japão, em julho.
Roberto Carlos (84) negocia mais um especial de fim de ano. Nesta
semana, Francis Hime, aos 85, lançou um disco de inéditas.
Áurea Martins
gravou, aos 82, o luminoso “Senhora das folhas” — e circula com o show pelo
país. Ary Fontoura esbanja vitalidade e bom humor nas redes sociais.
Adélia Prado publica novo livro e atrai milhares de leitores. Ele, 92. Ela, 89.
O autor oferece outros exemplos e pergunta "o que será que colocaram na
mamadeira dessa turma nos anos 40 ? ".
O GLOBO