Presidente da CVM incentiva
envolvidos em fraude da Americanas a fazerem delação.
Órgão
que fiscaliza empresas com ações negociadas em bolsa tem 16 procedimentos sobre
caso.
O
presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), João Pedro do Nascimento,
incentivou os envolvidos na fraude da Americanas que negociem acordos
com o órgão a fim de fornecer mais informações sobre o caso. Nesses casos, os
delatores podem ter as penalidades reduzidas.
"Quero
encorajar envolvidos a colaborar com a CVM, contribuir com delações premiadas,
na certeza que será olhado com bons olhos pela autarquia", disse ele
durante audiência pública da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da
Americanas nesta terça-feira (20).
A
CVM já acumula 16 procedimentos em andamento relacionados à fraude contábil da
Americanas. Desses, dois já viraram inquéritos administrativos. Um analisa os
problemas dos lançamentos contábeis da companhia.
O outro a venda de ações da
Americanas por parte de executivos e acionistas da empresa a partir de agosto
de 2022, antes de o escândalo da fraude vir à tona e derrubar o valor da companhia
em bolsa.
De
acordo com o presidente, a autarquia "já começou a inquirir pessoas
estratégicas" no quadro dos procedimentos, mas mesmo assim ele não deu
prazos para a conclusão das investigações.
Questionado
sobre a possibilidade de investigar o trio de acionistas de referência das
Americanas, os empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos
Alberto Sicupira , o presidente da CVM se limitou a dizer que vai apurar o
envolvimento de "diretores, conselheiros e eventualmente os próprios
acionistas".
"Também estamos atentos às auditorias
independentes", acrescentou.
FOLHA DE SÃO PAULO