Coronavírus amplia rombo da Previdência e ameaça retardar efeito da
reforma.
Efeito da recessão ainda
incalculável, aumento do desemprego e falência das empresas jogam rombo para ao
menos 3,8% do PIB.
A recessão econômica provocada pela pandemia do
novo coronavírus deve agravar o déficit da Previdência Social e ameaça retardar
os efeitos da reforma.
As novas regras de aposentadorias e pensão foram
aprovadas no ano passado para tentar equilibrar as contas do sistema
previdenciário brasileiro.
No ano passado, o rombo do RGPS
(Regime Geral da Previdência Social), sistema voltado aos trabalhadores do
setor privado, ficou em R$ 213,2 bilhões.
O montante equivale a cerca de 3% do
PIB (Produto Interno Bruto) de 2019.
Para 2020, a LOA (Lei Orçamentária
Anual) já previa um déficit maior, de R$ 241,2 bilhões.
Antes da pandemia, isso
representava em torno de 3,1% do PIB.
Com o efeito da recessão ainda incalculável do novo
coronavírus, somado ao aumento do desemprego e à falência das
empresas, o rombo deve subir para ao menos 3,8% do PIB.
O cálculo é da pesquisadora Vilma
Pinto, da área de economia aplicada do FGV Ibre.
Nas contas, a especialista
considera a queda na contribuição do mercado formal de trabalho, em meio à
expectativa de aumento do desemprego, e também do informal, pela contribuição
de autônomos e MEI (microempreendedor individual), mesmo que em volume menor.
Dados oficiais do governo também
indicam tendência de ampliação do rombo.
FOLHA DE SÃO PAULO