Copom eleva Selic em 0,75 ponto, para 4,25% ao ano,
e juro volta a patamar pré-pandemia.
BC diz que pode
acelerar ritmo de alta dos juros e vê fim de estímulo monetário.]
Para tentar conter
a crescente escalada dos preços, o Copom (Comitê
de Política Monetária) do Banco Central elevou novamente a taxa básica de juros
(Selic) em 0,75 ponto percentual, a 4,25% ao ano, nesta quarta-feira (16).
A
alta havia sido sinalizada pela autoridade monetária na reunião anterior, em maio.
A Selic voltou ao
patamar em que estava até 18 de março de 2020, quando o Copom começou a
cortá-la em reação aos efeitos da pandemia sobre a economia.
No comunicado, o BC
sinalizou nova alta na mesma magnitude para a próxima reunião, em agosto, para
5,00%.
O Comitê, contudo, não descartou uma elevação ainda maior caso as
expectativas do mercado para a inflação —especialmente de 2022— continuem
subindo.
O BC mudou a avaliação sobre até que patamar a
Selic deve subir e afirmou que levará a taxa básica até o nível considerado
neutro, que não estimula nem contrai a economia.
Nas reuniões passadas, a
avaliação era que a atividade ainda precisava de estímulo e que esse ajuste
seria parcial, ou seja, abaixo da taxa neutra.
"Esse ajuste é necessário para mitigar a
disseminação dos atuais choques temporários sobre a inflação.
O Comitê
enfatiza, novamente, que não há compromisso com essa posição e que os passos
futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o
cumprimento da meta de inflação", afirma o comunicado.
INFLAÇÃO ACIMA DA META
Em maio, a inflação
acelerou em 0,83%, pressionada principalmente pelo encarecimento da energia elétrica. Esta foi a
maior alta para o mês desde 1996.
O indicador ficou
acima das previsões do mercado de 0,71% e por isso foi considerada uma surpresa
inflacionária.
No acumulado dos 12
meses, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) alcançou 8,06%, bem acima do teto da meta (5,25%).
FOLHA DE SÃO PAULO