BOLSA


Temor de retrocesso econômico derruba Bolsas pelo mundo.

Receio do impacto da variante delta do coronavírus na economia veio após EUA reportar dados fracos de vendas no varejo.

O temor de um retrocesso econômico causado pela variante delta do coronavírus derrubou os principais mercados globais nesta terça-feira (17).

O movimento de aversão ao risco, que já havia causado volatilidade nas Bolsas do mundo na véspera —quando uma onda de preocupações atingiu os agentes de mercado depois de dados industriais e de consumo da China terem vindo abaixo do esperado–, ganhou força nesta terça depois de os Estados Unidos reportarem uma queda de 1,1% nas vendas do varejo em julho, ante a estabilidade esperada pelo mercado.

Durante a tarde, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, chegou a afirmar que os impactos da variante delta na economia americana ainda não estavam claros e que é possível que a Covid-19 continue com a sociedade por algum tempo. Mas logo sinalizou que apesar de gradual, a retomada segue no caminho certo.

Enquanto isso, no ambiente doméstico, questões políticas e fiscais seguem no radar dos investidores.

Para o especialista, há indicações de um aumento da taxa básica de juros tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, o que tende a migrar investimentos da renda variável para a renda fixa, impactando nas Bolsas.

Segundo os especialistas, no ambiente doméstico, os investidores ainda devem manter no radar a próxima reunião do Copom [Comitê de Política Monetária] –que acontece nos dias 21 e 22 de setembro–, e o desenrolar das tensões políticas entre o Judiciário e o Executivo.

Por aqui, o Ibovespa, principal índice acionário do país, encerrou a sessão desta terça-feira (17) com queda de 1,07%, aos 117.903 pontos, no menor patamar desde abril. No ano, a Bolsa também volta a ficar no vermelho, acumulando uma perda de 0,94%.

Em Wall Street, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,79%, 0,71% e 0,93%, respectivamente. 

O Euro Stoxx, um dos principais índices acionários europeus, fechou em queda de 0,14%.

No câmbio, o dólar à vista registrou queda de 0,26% ante o real, a R$ 5,2670, ignorando a força que a moeda ganhou no exterior diante da maior aversão ao risco dos agentes financeiros.

Segundo especialistas, o recuo da divisa foi influenciado por um ajuste de preços depois da alta da véspera, com os investidores também entrando em força de venda depois de a moeda atingir os R$ 5,3040 (máxima do dia).



FOLHA DE SÃO PAULO
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