ChatGPT afeta chineses em
disputa de big techs contra americanos.
O
sucesso do ChatGPT não incomoda apenas as big techs americanas, como Google e
Microsoft.
Na China, as grandes empresas de tecnologia também estão abaladas
pela ferramenta de inteligência artificial (IA) que chegou a 100
milhões de usuários em apenas 60 dias.
A
preocupação das empresas chinesas não é infundada: a IA sabichona também faz
muito sucesso na China.
Para se ter uma ideia, só no WeChat — o
"Facebook" de lá —, as buscas pelo termo "ChatGPT"
cresceram 515% na última semana, em comparação com o período anterior,
superando 40 milhões de buscas.
Assim
como o Google, pelo menos três big techs chinesas já anunciaram versões
próprias de ferramentas similares ao ChatGPT:
- O Baidu, maior buscador da região, promete estrear em
março o Ernie, serviço de inteligência artificial com maior precisão já
criado por uma empresa chinesa;
- A NetEase, desenvolvedora de jogos e apps de
entretenimento, afirmou que tem pronto um robô de IA para atuar como tutor
em programas de educação online;
- Já o Alibaba, famoso pelo seu e-commerce, estreará
avatares capazes de apresentar produtos em sessões de live commerce e
interagir com consumidores de forma humanizada no próximo trimestre.
No
entanto, há dúvidas se estas empresas estão em condições de desafiar a
liderança americana em IA.
Nos últimos anos, a China diminuía a diferença para
os Estados Unidos em diversos segmentos da indústria tech, como pagamentos
móveis, tecnologias para e-commerce e reconhecimento facial.
Em
contrapartida, os estadunidenses vêm tentando (e muitas vezes conseguindo) pôr
freios nesse avanço chinês.
Há a questão do limite do acesso da China a chips e
semicondutores, a pressão para que talentos sino-americanos optassem pela
cidadania estadunidense, abandonando a colaboração com empresas asiáticas, e os
erros internos da China, que limitaram o acesso de suas big techs a
financiamentos internacionais.
Para
Zmoginski, o ChatGPT é apenas um capítulo da longa disputa tecnológica que
corporações americanas e chinesas devem travar na próxima década pela liderança
em setores estratégicos da indústria de TI.
TILT UOL