Com a
crise, serviço de saúde mental é desmontado no Hospital São Paulo.
Era
para ser apenas mais um anúncio de cortes no Hospital São Paulo — a instituição
vem reduzindo custos desde fevereiro —, mas a reunião do último dia 21 pegou
pacientes e profissionais de surpresa.
Numa tacada só, um dos hospitais de
referência da capital paulista desmontou todo o serviço de saúde mental.
Coordenadora
do setor desde 2014, a psiquiatra Vanessa de Albuquerque Citero conta já ter
vivido situações difíceis no hospital, mas não esperava por aquela ação.
"A equipe foi praticamente dizimada", relata.
A
importância do serviço vai além do aspecto assistencial. Inaugurado em 1940, o
Hospital São Paulo foi o primeiro hospital-escola do Brasil a ser construído
com essa finalidade, atuando como braço pedagógico da Escola Paulista de
Medicina/Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Em 2021, o hospital
recebeu 50 alunos residentes apenas na área de psiquiatria.
"A gente tem
um papel fundamental na relação humana: como você lida com as situações, como
você lida com uma família que está sofrida, como que você acolhe. Somos
modelo", explica Citero.
"O prejuízo é imensurável em cortar uma
equipe assim, sem uma estratégia racional." Além dos residentes e alguns
servidores concursados,
O HSP
afirma que os desligamentos priorizaram profissionais contratados durante a
pandemia e "foram necessários e inadiáveis em razão da reestruturação
interna que tem como objetivo sanear financeiramente a instituição".
Em
nota, a instituição aponta o motivo da crise: os valores recebidos do poder
público pelo HSP para atendimento ao SUS (Sistema Único de Saúde) estão
congelados há anos e são insuficientes para cobrir as despesas.
"A nova
gestão do hospital já está dialogando com os governos municipal, estadual e
federal no sentido de buscar soluções conjuntas para a crise.
Também irá
promover a renegociação de contratos com fornecedores e dos juros de dívidas
bancárias, dentre outras.
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