- Governo aposta em atestado
digital e reavaliação de benefícios por incapacidade para reduzir despesas
A expectativa do Governo do governo de
economizar R$ 9,05 bilhões neste ano com a Previdência Social prevê cinco
linhas de atuação.
A principal é o uso do Atestemed (atestado digital) para
concessão do auxílio por incapacidade temporária, com economia calculada em R$
5,6 bilhões, valor que os especialistas julgam otimista demais.
A segunda linha de atuação é a reavaliação dos
benefícios por incapacidade, com que se espera economizar R$ 2,9 bilhões.
Será priorizada neste ano a análise das aposentadorias por incapacidade
permanente sem avaliação nos últimos dois anos e dos auxílios-doença cuja
concessão se deu há pelo menos um ano.
Adicionalmente a ideia é reduzir gastos
com prevenção e contenção de fraudes, cobrança administrativa de benefícios
indevidos e prevenção de ataques cibernéticos.
Em outra notícia, o mesmo jornal
informa que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, estuda propor a
desvinculação dos benefícios da Previdência Social da política de
valorização do salário mínimo.
- Situação logo pedirá uma
nova reforma da
Previdência
Estudos recentes têm mostrado aspectos preocupantes para a
sustentabilidade do sistema previdenciário no médio e no longo prazos.
O
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que o País hoje tem
1,97 contribuinte para cada segurado e até 2051 terá mais beneficiários do que
pessoas contribuindo com o sistema.
Nesse cenário, a alíquota necessária para
cobrir todos os custos do sistema teria de superar os 70% em 2060.
Além do envelhecimento populacional e da
redução da taxa de fecundidade, que ocorre em boa parte dos países do mundo,
fatores específicos da realidade brasileira explicam esse desequilíbrio.
Os
autores do estudo, Graziela Ansiliero e Rogério Nagamine, também ex-secretário
do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), mencionaram a informalidade, o
desemprego e o número de pessoas inativas e fora do mercado de trabalho.
Há algumas soluções, ainda que impopulares,
para atenuar o problema. Artigo publicado pelo Instituto Brasileiro de Economia
da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) recomenda a equiparação da idade mínima
de aposentadoria para homens e mulheres.
Otávio Sidone, Fabio Giambiagi e
Guilherme Tinoco calculam que a mudança economizaria R$ 1,5 trilhão em despesas
nos próximos 30 anos.
VALOR