INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL


Novas IA são 1.000 vezes mais inteligentes do que humanos, diz padrinho da tecnologia.

Para o cientista, existe risco real de que inteligência artificial domine sociedade.

Modelos de inteligência artificial (IA) geradora como o ChatGPT têm conhecimento básico sobre qualquer assunto e, por isso, são 1.000 vezes mais inteligentes do que o ser humano médio. 

A avaliação é do cientista da computação conhecido como "padrinho da IA", Geoffrey Hinton, que pediu para se afastar do Google nesta segunda (1º).

Para Hinton, esses modelos serão capazes de superar a inteligência humana coletiva nos próximos anos. 

Ele discutiu, na terça (2), o futuro da inteligência artificial no evento EmTech Digital, organizado pela revista MIT Technology Review. "O risco da IA assumir o controle da sociedade é real."

Esse argumento do padrinho da IA está alinhado com a carta em prol da paralisação do desenvolvimento de inteligência artificial assinada por intelectuais e pessoas influentes da tecnologia, como o escritor Yuval Harari e o cofundador da Apple Steve Wozniak. O próprio Hinton, ainda no Google à época, não endossou o documento.

Ele afirma ter deixado o Google por querer mais liberdade para falar sobre as suas preocupações com os riscos da IA.

Harari escreveu em artigo no New York Times que um avião com 10% de chance de cair jamais decolaria. 

Para Hinton, as chances da humanidade perder o controle sobre essa nova forma de inteligência representada pelos grandes modelos de linguagem, como o GPT, fica na casa dos 40%. "Não sou pessimista, nem otimista, e sim levemente deprimido."

Hinton desenvolveu nos anos 1980 o algoritmo por trás das atuais redes neurais, o backpropagation (propagação reversa, em inglês). 

Em suma, esse algoritmo permite que as máquinas aprendam a partir de exemplos, no que é chamado de treinamento. 

O cientista tentou simular o funcionamento dos neurônios e ligações do cérebro humano para elaborar a técnica.

Por ter desenvolvido a propagação reversa, Hinton recebeu, ao lado de Yann LeCun e Yoshua Bengio, o Prêmio Turing de 2019, conhecido como Nobel da matemática.

Hoje, Hinton avalia que o cérebro humano não funciona com propagação reversa. "O algoritmo que criamos nos anos 1980 é mais eficiente do que o cérebro. 

Os atuais grandes modelos de linguagem conseguem saber mais do que uma pessoa, com muito menos ligações."



FOLHA DE SÃO PAULO
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