Projeto
obriga União a bancar renúncia fiscal de governadores e de prefeitos .
Socorro aprovado na Câmara prevê
compensação a estados e municípios por perda de receita
O plano de socorro aos estados na crise do
coronavírus aprovado pela Câmara permite que governadores e prefeitos adiem o
pagamento de impostos ou até mesmo isentem as empresas. A conta fica com o
governo federal.
Aprovado
na segunda (13), o projeto dos deputados prevê que a União irá compensar
estados e municípios pela perda de arrecadação de ICMS (estadual) e ISS
(municipal).
O
cálculo é com base no que foi recolhido em 2019, quando a atividade econômica
não havia sido afetada pelas medidas restritivas diante da Covid-19.
Diversos
estados já registram uma queda de 30% na receita —taxa usada pela Câmara para
estimar o custo do pacote aos cofres públicos neste ano (R$ 89,6 bilhões).
Porém,
técnicos do Ministério da Economia temem que o recuo na arrecadação estadual e
municipal seja maior por causa da paralisação da atividade em alguns setores e por causa do
estímulo a concessão de benefícios tributários que seriam cobertos
pelo governo federal neste ano.
A
cada 10% de desfalque nas contas regionais, a União tem de pagar R$ 28 bilhões
aos entes, calcula o ministério.
O
custo total da proposta ficaria em R$ 149 bilhões em caso de perdas de 50% na
arrecadação.
Se o patamar for de 70%, o impacto seria de R$ 205 bilhões, segundo
anunciado nesta quarta-feira (15).
O
governo evita fazer uma estimativa de despesa com o projeto aprovado pela
Câmara porque a compensação não é fixa e, na avaliação de técnicos, os governos
regionais vão tender a ceder a pressões de empresários por isenções fiscais.
FOLHA DE SÃO PAULO