Indústria
e sindicatos querem ajuda do governo para acelerar retomada de atividades.
Empresariado defende isolamento
vertical e fornecimento de testes para Covid-19 a trabalhadores.
A
CNI (Confederação Nacional da Indústria) e seis centrais sindicais se reuniram no último
domingo (29), por teleconferência, para tratar das reivindicações dos setores
ao governo federal frente à pandemia de coronavírus.
O
encontro se deu horas antes do presidente Jair Bolsonaro circular por
Brasília e dizer "ter vontade de baixar decreto para a população poder
trabalhar".
Os representantes do empresariado e das categorias (entre elas UGT, CUT e Força
Sindical) chegaram a um consenso de que o primeiro passo deve ser "cuidar
do pico de disseminação da doença" e suas consequências e, só então,
organizar a retomada das atividades, com rapidez e "partindo dos segmentos
mais fortalecidos".
Para isso, o grupo (que deve enviar pedido formal ao governo nos próximos dias)
defende que seja disponibilizado mais dinheiro, e que os recursos cheguem com
rapidez aos setores socorridos.
Isolamento
vertical
A
CNI vem defendendo o chamado isolamento social vertical —o afastamento de
pessoas do grupo de risco e de contaminados— como medida de "retomada das
atividades produtivas" e de preservação de vidas e do sistema de saúde.
Na última sexta (27), o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade,
encaminhou documento a Bolsonaro, no qual se prontificou a ajudar na
implementação do isolamento vertical, o que, segundo ele, requer "forte
coordenação" entre os setores público e privado.
O
pedido também foi endereçado aos presidentes do STF (Supremo Tribunal Federal),
Dias Toffoli, do Senado (Davi Alcolumbre) e da Câmara (Rodrigo Maia).
Uma
das propostas da entidade patronal para levar a cabo a estratégia apresentada é
a realização de testes rápidos para Covid-19 para os cerca de 9,4 milhões de
trabalhadores da indústria, a cada 15 dias, além de contraprovas para verificar
falsos positivos.
Os
exames seriam feitos por meio do Sesi (Serviço Social da Indústria) e custeados
pelo governo federal, de acordo com a CNI, que defende ainda que o isolamento
social seria apenas de pessoas com exame positivo.
"Trata-se
de uma estratégia complexa, mas possível e, no caso do Brasil, necessária, pois
as empresas e os cidadãos não terão fôlego para resistir por um período
prolongado de isolamento social horizontal", declarou o presidente da CNI.
AGORA