Na tentativa de blindar a reforma da Previdência e aprová-la de forma
definitiva e sem novas derrotas até meados deste mês, o governo vai tentar
contornar insatisfações na relação com o Senado.
Com uma semana de atraso, o plenário do Senado concluiu nesta quarta-feira (2) a
aprovação da proposta.
O resultado foi uma versão mais desidratada,
o que incomodou a equipe econômica. O desafio, agora, é o segundo turno da
votação.
Integrantes do governo Bolsonaro
reconhecem que ajustes na articulação política são inevitáveis para a próxima
etapa, esperada para ocorrer até o dia 15 de outubro.
O governo deve intensificar o
mapeamento de pendências e demandas. Senadores reclamam que o Planalto tem
priorizado a Câmara nas negociações.
Descontente com a desidratação da
reforma no Senado, o ministro Paulo Guedes (Economia) decidiu rever o pacto
federativo, conjunto de medidas que buscam destinar mais recursos para estados
e municípios e que incluem a distribuição de recursos do megaleilão de
petróleo.
É uma forma de compensar as perdas com a votação da reforma da
Previdência.
Nesta quarta, a agenda de Guedes
previa encontros com bancadas de senadores do PP, PSD e MDB. Todas as agendas
foram canceladas.
Auxiliares do ministro afirmam que o cancelamento foi
necessário para que a equipe possa se debruçar sobre os novos cálculos do pacto.
FOLHA DE SÃO PAULO