A tendência é que
a Caixa, tradicional líder do segmento, perca espaço para concorrentes.
As
concessões de crédito para moradia deverão passar por uma desconcentração nos
próximos anos, e a Caixa, tradicionalmente quem mais atuava nesse mercado,
dificilmente será um líder disparado do segmento.
O banco que mais
emprestou para aquisição ou construção neste ano foi o Bradesco. A Caixa está
em segundo.
“As instituições
privadas se movimentam para abocanhar fatias maiores”, afirma Sérgio Cano
Cortes, do MBA de gestão de negócios de incorporação imobiliária da FGV.
Medidas
anunciadas pelo governo no fim do mês passado favorecem essa tendência.
Os bancos poderão, a
partir de 2019, escolher a qual taxa indexar o crédito concedido, e a
porcentagem do dinheiro que eles precisarão direcionar ao Sistema Financeiro
Habitacional será menor.
Se a taxa Selic
seguir baixa, os privados terão outra vantagem sobre a Caixa, diz Alexandre
Chaia, professor do Insper.
“O dinheiro para
imóveis era quase que só o da poupança, onde a Caixa tinha um diferencial.
Agora, o natural é que os juros caminhem para um nível mais baixo, e os
privados deverão conseguir captar a um custo menor.”
O Bradesco planeja
ter atuação agressiva no setor, diz Romero Albuquerque, diretor do segmento no
banco.
“Nosso apetite
continuará a existir. Esse cliente é interessante porque fica fidelizado por
décadas.”
O Santander, em nota,
afirma que tem planos para fortalecer a atuação no setor. Já a Caixa informa à
coluna que pretende “aperfeiçoar, ainda mais, o tradicional modelo de crédito
direcionado”.
FOLHA DE SÃO PAULO