Uma cerimônia marcada
pela reiteração de compromissos e a certeza várias vezes manifestada de que
através deles, da união em prol do sistema e do trabalho dedicado, a
previdência complementar fechada retomará o seu crescimento, disso extraindo o
País benefícios tanto sociais como econômicos. Assim foi, na noite de ontem, a
solenidade de posse dos novos integrantes dos colegiados da Abrapp, ICSS e
Sindapp (diretorias e conselhos) da Gestão 2017-2019, na presença de mais
de três centenas de convidados, no Teatro do World Trade Center-SP.
Dirigindo-se às autoridades presentes, o Presidente empossado da Abrapp, Luís
Ricardo Marcondes Martins, destacou que “precisamos do protagonismo do governo
para termos no Brasil um sistema de fundos de pensão desonerado,
flexível, desburocratizado, simples de entender pelo trabalhador e, assim,
capaz de atender as novas demandas do mercado de trabalho”.
Na sequência, o
diretor-superintendente interino da Previc, Esdras Esnarriaga, prometeu que “a
autarquia vai se reinventar com arrôjo e ousadia para enfrentar o maior de
todos os problemas, a estagnação do sistema”. E completou: “de nada adianta
ficarmos aqui falando de fiscalização se o sistema não cresce”. Por sua
vez, o Secretário-adjunto de Políticas de Previdência Complementar, José
Edson da Cunha Júnior, na mesma linha declarou “ser muito simbólico vermos
chegar à presidência da Abrapp um dirigente de fundo de pensão instituído, uma
vertente da previdência complementar fechada na qual alguns não acreditavam e
que hoje já reúne 20 entidades e um patrimônio dos mais expressivos”. Disse
também que, após a reforma dos regimes geral e próprios, o próximo degrau a
subir será o desenvolvimento da previdência complementar, entidades fechadas e
abertas, ambas competindo em igualdade de condições. Já Marcos da Costa,
Presidente da OAB-SP, instituidora da OABPREV-SP, ressaltou a importância
da previdência complementar em um País em que falta cultura previdenciária.
Novos avanços - O Presidente do
ICSS, Vitor Paulo Camargo Gonçalves, ao ser empossado em seu segundo mandato,
afirmou que o Instituto vai concentrar esforços nos próximos anos na busca de
avançar na certificação por capacitação e de processos, refletindo de um lado a
necessidade de termos entidades e profissionais cada vez mais qualificados em
tudo que fazem e, de outro lado, reduzir custos antevendo os efeitos que
a queda dos juros deverá ter sobre a rentabilidade. Lembrou que o número de
certificados mais que dobrou nos últimos 3 anos e ressaltou o propósitio de
manter no mandato que se inicia a prática de visitar associadas. Perto de 50 já
foram visitadas, no intuito “mais de ouvir do que falar”. Salientou também o
propósito de aproximar o ICSS do meio acadêmico e de outras instituições
certificadoras, além de buscar conhecer mais de perto a experiência
internacional.
O agora Presidente do
Sindapp, Jarbas de Biagi, enfatizou a importância de as 3 entidades - Sindapp,
Abrapp e ICSS - trabalharem de forma integrada, cada uma sem perder a sua
identidade nem as peculiaridades de seu papel, mas unindo esforços em busca de
objetivos que são quase sempre perfeitamente comuns.
Notou também que a sua
eleição e a dos demais diretores “representou um voto de confiança na linha que
vem sendo seguida pelo Sindicato”.
“O pleito também
mostrou que a união é possível e desejável”, disse Jarbas de Biagi. A
ex-presidente (Gestão 2014-2017) Nélia Pozzi observou que a marca do Sindapp
vem sendo a dedicação e a competência e fez uma série de agradecimentos.
Retomada - Em seu pronunciamento, ao
assumir o cargo na Abrapp, Luis Ricardo Marcondes Martins ressaltou que o
“Sistema está consolidado, sólido, equilibrado, cumpre rigorosamente sua
missão, com perto de 800 bilhões em reservas e pagando R$ 34 bilhões ao
ano ano em benefícios, cujo valor médio mensal chega a R$ 4 mil”. Ao
mesmo tempo, continou, em que possui arcabouço regulatório moderno e está
sintonizado com as melhores práticas internacionais, dentro de um elevado
padrão de governança. E contribui, enquanto investidor institucional, para a
renovação da infraestrutura e a retomada da economia. No entanto, o sistema
precisa “se reinventar para voltar a crescer”. Um crescimento que
interessa ao País.
“Para tanto, a Abrapp
está propondo ao País o Plano Nacional de Fomento da Poupança Previdenciária”.
Nesse ponto, instituições de mercado e o governo foram convidados a
assumir o seu protagonismo, as primeiras apoiando o Plano e o segundo adotando
políticas públicas verdadeiramente fomentadoras. É que as primeiras estão
entre as que mais podem ganhar com o crescimento dessa poupança e, na outra
ponta, as que mais podem perder caso as reservas venham a se exaurir por
falta de novas contribuições, interrompendo assim o fluxo de investimentos. Já
uma participação ativa do governo é tida como imprescindível para se alcançar
um sistema mais simples, flexível, desburocratizado e renovado no formato dos
planos que tem a oferecer. São vistos como da maior importância também
incentivos fiscais, que as primeiras conclusões de um estudo em andamento,
produzido pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV, já mostram
produzir “uma renúncia fiscal mínima”, lembrando que os brasileiros que
declaram o IR pelo modelo simplificado não contam com qualquer estímulo, bem
como as empresas do regime de lucro presumido ou os “PJs”.
“Vamos falar com
empresários, trabalhadores, entidades representativas e com quem mais for
necessário”, disse Luís Ricardo, enfatizando a sua convicção de que “a
previdência complementar fechada precisa ser vista como um Projeto para o
País”.
De sua parte, o
ex-Presidente (Gestão 2014-2017) José Ribeiro Pena Neto, após fazer uma série
de agradecimentos conclamou a todos a “lutar pela previdência complementar, que
vive o paradoxo de não conseguir crescer num País de tão baixa taxa interna de
poupança.
José Ribeiro também convivou a todos a se unirem em
torno da nova Diretoria e do êxito do Plano Nacional de Fomento da Poupança
Previdenciária.
Diário dos Fundos de Pensão