Bens de capital é setor com maior exposição direta
à Rússia na Bolsa.
Fabricantes de
autopeças, equipamentos automotivos e motores elétricos estão na lista.
Empresas do setor
de bens de capital estão entre as principais empresas brasileiras com ações
negociadas na Bolsa de Valores com algum tipo de exposição comercial mais
direta aos mercados da Rússia e da Ucrânia, que enfrentam um
momento de forte turbulência decorrente da guerra entre os países.
A catarinense Weg,
cujos papéis fazem parte do índice de ações Ibovespa, além de Randon e
Iochpe-Maxion, estão entre as principais companhias de capital aberto do
mercado local que desempenham atividades comerciais na região, segundo
levantamento de analistas de ações do BTG Pactual.
"Lembramos que
os impactos diretos [para o mercado brasileiro] são pequenos, pois apenas as
empresas de bens de capital têm exposição de vendas para a região hoje.
No
entanto, como de costume, a crescente instabilidade deve afetar os preços globais das commodities, trazendo
impactos secundários para nossas teses de investimento", dizem os
analistas do banco, em relatório.
Os analistas da XP
Investimentos, por sua vez, apontam três grandes impactos para as empresas de
bens de capital no contexto do conflito entre Ucrânia e Rússia: implicações
inflacionárias, refletindo o aumento dos preços das commodities e a
desvalorização do real; efeito da desaceleração da economia europeia nas
empresas mais expostas à região; e aversão ao risco por
parte dos investidores.
"A Petrobras
não tem ativos na Rússia, nem importa combustíveis deste país, portanto, não
vemos impacto direto em nossas operações de importação para suprimento ao
mercado brasileiro", diz a estatal. Procurada, a Vale não comentou.
Os analistas do
Itaú BBA avaliam que a guerra na Ucrânia deve elevar os custos de empresas
brasileiras do setor de alimentos e bebidas que dependem
de matérias-primas como trigo e milho, esse último utilizado como
ração para animais.
FOLHA DE SÃO PAULO