Em 2023, a expectativa de vida masculina era de 73,1 anos, contra 79,7
anos das mulheres, uma diferença de quase sete anos.
Os homens também fazem
menos consultas de rotina e são mais resistentes a exames preventivos e a
tratamentos contínuos.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, 82,3% das mulheres haviam
ido ao médico no ano anterior, contra 69,4% dos homens.
As consequências dessa resistência em recorrer ao sistema de saúde
aparecem nas estatísticas de prevalência das doenças observadas pela pesquisa.
Em relação ao HIV e Aids, entre 2007 e julho de 2024, 70,7% dos casos no Brasil
se deram em homens, segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de
dezembro de 2024.
Já doenças crônicas como hipertensão e diabetes, embora
comuns a ambos os sexos, levaram mais homens a complicações fatais, como
infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Homens adoecem mais e vivem menos que as mulheres em quase todos os
países, segundo uma revisão global da Universidade do Sul da Dinamarca,
publicada em maio na revista científica PLOS Medicine.
A pesquisa analisou
marcadores de gênero em saúde em mais de 200 países, focando em hipertensão,
diabetes e HIV/Aids.
Os resultados mostram que homens têm taxas mais altas
dessas doenças, morrem mais cedo por causa delas e procuram menos o sistema de
saúde — tanto para diagnóstico quanto para tratamento.
Cardiologistas têm observado o surgimento de doenças do coração cada vez
mais precocemente. Nos consultórios, torna-se cada vez menos raro encontrar
pacientes na casa dos 30 e até 20 anos, com alterações que, há uma década, eram
pouco frequentes nessas faixas etárias.
Esse é o diagnóstico de profissionais
dos mais renomados hospitais do país.
Os especialistas atribuem a culpa à inatividade física, ao tempo passado
em frente às telas, com as pessoas geralmente sentadas.
Algo sobremaneira
agravado pelo alto consumo de produtos ultraprocessados, levando ao sobrepeso e
obesidade e, consequentemente, à hipertensão arterial.
Segundo estudo da Fiocruz, a obesidade afetava 34% dos adultos
brasileiros no ano passado, com custos elevados na forma de aposentadorias
precoces.
O ESTADO DE SÃO PAULO