Na manhã
desta quarta-feira (8), o Ministério Público Federal e a Polícia Federal
deflagraram a segunda fase da Operação Greenfield, com mandados de busca e
apreensão em endereços ligados ao empresário Mário Celso Lopes e seu filho
Mário Celso Lincoln Lopes sócios da Eucalipto Brasil.
No caso
de Mário Celso Lopes, também foi cumprida uma ordem de prisão temporária por
cinco dias. A operação desta terça-feira visa recolher provas de gestão
fraudulenta de Fundos de Pensão que investiram no Fundo de Investimentos em
Participação (FIP) Florestal. O FIP recebeu aporte de cerca de R$ 550 milhões
dos fundos de pensão Petros e Funcef e, por isso, é um dos alvos da
investigação iniciada em 2014, pelo Ministério Público Federal.
A
Procuradoria destacou que as investigações revelaram que Mário Celso Lopes
participou da constituição da Florestal S/A (atual FIP Florestal). Na época, o
empresário era o principal sócio da MCL Empreendimentos e Negócios LTDA, que se
aliou ao Grupo J&F Investimentos para a formação da companhia.
Posteriormente, entre os anos de 2009 e 2010, a companhia recebeu os aportes
financeiros de Petros e Funcef.
O MPF
estima que, corrigido, o prejuízo causado aos fundos de pensão chegue a R$ 1,7
bilhão. Para garantir o ressarcimento do prejuízo aos fundos, o MPF pediu o
bloqueio dos bens de Lopes, de seu filho, da Eucalipto Brasil e de outras
empresas ligadas aos investigados.
Para os
investigadores, o FIP Florestal obteve investimentos ilicitamente. Além disso,
os ativos do FIP foram superavaliados de forma a majorar a participação do
fundo criado por Lopes em detrimento da participação do Petros e do Funcef. Ou
seja, segundo o MPF, mesmo tendo investido R$ 275 milhões e assumido grandes
riscos, Funcef e Petros não obtiveram o controle da FIP Florestal.
O
Ministério Público relatou à Justiça a descoberta de movimentações recentes
como a assinatura de contrato cujo objetivo seria dificultar as investigações.
As medidas judiciais foram autorizadas pela 10ª Vara Federal, em Brasília, e
estão sendo cumpridas nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Para
justificar o pedido de prisão, o MPF relatou à Justiça que os investigadores
encontraram indícios de que um contrato de R$ 190 milhões foi assinado para
mascarar o suborno pago a um empresário concorrente, para que ele não denunciasse
o esquema e, assim, dificultasse as investigações, iniciadas em 2014.
Trecho da
petição destaca que os investigados Joesley Mendonça Batista (e seu irmão
Wesley Batista) e Mário Celso Lopes (assim como seu filho e sócio Mário Celso
Lincoln Lopes) "conseguiram o controle de uma nova grande empresa sem
precisar ter realizado o investimento condizente com o valor de tal empresa. A
partir de então, tiveram o porte necessário para obter, junto ao FGTS e Caixa
Econômica Federal (entre outros bancos), financiamentos e empréstimos que
permitiram alavancar ainda mais o valor da Eldorado, gerando a empresa que hoje
é uma das líderes do mercado de celulose no Brasil.”
O
Ministério Público Federal pediu o bloqueio dos bens, ativos, contas bancárias
e investimentos pertencentes a MCL Empreendimentos e Negócios, MCL
Participações, Mário Celso Lincoln Lopes , Mário Celso Lopes e Eucalipto Brasil
S.A.
As
medidas judiciais cumpridas hoje foram autorizadas pelo juiz Vallisney de
Souza, da 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal, e estão sendo
cumpridas nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Jornal do Brasil