Por
unanimidade, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) manteve a
condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aumentou sua pena
para 12 anos e um mês de reclusão pelo caso do triplex do Guarujá. A sentença
deverá ser executada após o julgamento do último recurso ainda
possível em segunda instância, os embargos de declaração. Siga a repercussão.
Os advogados do petista já confirmaram
que vão usar todos os meios para impugnar a decisão e consideraram o
pedido de prisão um exagero. Lula, que após o julgamento discursou ao lado de
apoiadores, no centro de São Paulo, afirma ser
vítima de um "pacto" para acabar com o PT. E avisou que
segue com a intenção de ser pré-candidato. Em várias cidades do País, ruas foram
fechadas para protestos de comemoração da condenação ou de apoio a
Lula.
A decisão do TRF-4 agora pressiona o Supremo
Tribunal Federal (STF) a se posicionar novamente sobre a prisão em
segunda instância - duas ações sobre o tema devem ir a julgamento em
breve. A Coluna do Estadão revela que a cúpula da Polícia
Federal já estaria preparando a prisão do petista.
Os recursos, no entanto, tornam incertas a
liberdade e a candidatura do ex-presidente - como analisa o advogado
criminalista e constitucionalista Adib Abdouni. Para a colunista Eliane
Cantanhêde, a candidatura de Lula é uma ficção. O julgamento técnico
enfraquece a tese do PT, na opinião de
Vera Magalhães.
Outros
presidenciáveis evitaram comemorar o resultado do julgamento de
ontem. O governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB), disse que "não faz campanha contra o adversário, e sim com
o povo". Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara, contrariou
recomendação do governo de manter silêncio e divulgou nota afirmando que "construiu
sua carreira combatendo teses de Lula". O presid ente Michel
Temer (MDB), em viagem à Suíça, apenas comemorou o resultado positivo do
mercado financeiro e disse que seus "detratores
estão na cadeia ou desmoralizados"
ESTADO