Inflação para os mais pobres chega a 10,63% no
acumulado de 12 meses, diz Ipea.
Famílias
de renda muito baixa sentem disparada maior nos preços, indica instituto.
A inflação desacelerou em agosto para as
famílias de renda mais baixa, mas os brasileiros mais
pobres ainda sentem um impacto superior da disparada de preços.
É o que indica
um estudo mensal divulgado nesta quarta-feira (15) pelo Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada).
Cinco dos seis grupos de rendimento analisados pelo
levantamento viram a inflação perder fôlego de julho para agosto.
Entre as famílias de renda considerada muito baixa,
a variação nos preços passou de 1,12% para 0,91%.
Mesmo com a desaceleração, a
inflação acumulada em 12 meses até agosto alcançou 10,63% nesse grupo —estava
em 10,05% até julho.
Tanto o avanço de 0,91% quanto o de 10,63% são os
maiores da pesquisa.
Segundo o Ipea, as famílias de renda muito baixa são
aquelas com rendimento domiciliar inferior a R$ 1.808,79 por mês.
Em 12 meses, o
bolso dos brasileiros mais pobres foi pressionado especialmente pelos avanços
de 16,6% nos alimentos no domicílio, de 21,1% na energia elétrica, de 31,7% no gás de botijão e de 5,6% nos
medicamentos.
Entre os mais
ricos, o avanço nos preços foi de 8,04% no acumulado até o mês passado. É a
menor marca da pesquisa. O grupo de renda alta é formado por famílias com
rendimento domiciliar superior a R$ 17.764,49 por mês.
FOLHA DE SÃO PAULO