Reclamações
explodem e governo decide olhar de perto o crédito consignado.
Queixas
de fraudes mais que dobram em 2020 e o governo deve anunciar medidas, como a
criação de um ranking oficial das instituições campeãs de queixas.
Em meio
ao crescimento explosivo das reclamações, os ministérios da Economia e da
Justiça decidiram criar uma força-tarefa para combater fraudes e
abusos nas operações de crédito consignado.
A parceria, que
deve ser oficializada hoje, integra a agenda do governo para atacar o problema do superendividamento da população.
Entre
as medidas previstas no trabalho estão a criação de
um ranking oficial das instituições campeãs de queixas e uma campanha educativa
de boas práticas.
Entre
janeiro e julho deste ano, foram registradas na plataforma do governo 40.663
reclamações relacionadas ao consignado.
O número é 127% maior do que o
registrado em todo o ano de 2019, segundo levantamento da
Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da
Justiça.
Se considerada apenas a faixa etária acima dos
60 anos, a alta é ainda mais expressiva, de 157%, no mesmo
intervalo de comparação.
A aceleração no volume de reclamações é parcialmente explicada
pelo aumento das operações de crédito
consignado, que dobraram quando observado apenas o mês de julho,
em relação ao mesmo mês de 2019.
Nos sete primeiros meses deste ano, foram
realizadas 11,1 milhões de operações, que somaram quase R$ 63 bilhões.
Entre as medidas, para
combater os abusos, está a criação de um sistema de bloqueio de ligações,
que ficará à disposição dos consumidores que não queiram receber ofertas.
Também será implementada uma base de dados para monitorar as reclamações
recebidas em razão da oferta inadequada do produto, além de ações voltadas à
transparência, combate ao assédio comercial e qualificação de correspondentes
bancários.
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