Câmara não criou bagagem gratuita em avião, diz
representante de aéreas.
Para presidente da
Abear, se modelo antigo de despacho de mala voltar, Brasil espanta low costs.
O argumento que o
setor aéreo vai usar para defender a manutenção do atual sistema de
precificação do despacho de bagagem é exatamente o mesmo de cinco atrás, quando
a Anac liberou a venda de uma categoria de passagens só com mala de mão.
Após a votação da Câmara nesta terça (26), que tenta
resgatar o modelo antigo, executivos de empresas aéreas dizem que é
mais democrático vender o bilhete sem mala porque é mais barato. Mas a questão
do preço ficou complexa.
O problema é que,
na época, o dólar, que impacta os custos do setor, girava na casa dos R$ 3
e hoje ronda R$ 5, segundo Eduardo Sanovicz,
presidente da Abear, que reúne empresas aéreas. O setor também atravessa um
período de alta do combustível.
"O modelo de
precificação atual prevê uma tarifa mais barata que as demais para quem viaja
sem bagagem.
O que se fez ontem na Câmara não foi criar bagagem gratuita. Se
esse projeto passar no Senado, o custo do despacho será socializado entre os
que viajam com bagagem e os que viajam sem. Mas todos pagam", diz
Sanovicz.
O setor também
argumenta que a liberação da categoria sem despacho é um modelo que funciona
nos principais mercados mundiais, como Europa e EUA, e que o retorno ao sistema
antigo pode espantar um movimento de entrada de empresas low cost no Brasil,
que foi interrompido pela pandemia.
O texto ainda será
apreciado pelo Senado –se não for votado até 1º de junho, perde a validade.
FOLHA DE SÃO PAULO