O futuro e a sustentabilidade do sistema de entidades
fechadas foram discutidos em um seminário internacional realizado pela
Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar (SRPC) nos dias 27 e 28 de
novembro. Com o título de “Previdência Complementar: Uma Visão de Futuro”, o
evento reuniu autoridades, representantes e especialistas nacionais e
internacionais em Brasília para apresentar experiências dos mercados externos
com o objetivo de mostrar caminhos para superar os desafios enfrentados pelo
setor.
“Não tenho dúvida nenhuma que o regime vai cumprir o que foi contratado, que
vai atender os participantes atuais, mas se não olharmos para os jovens, eles
não vão olhar para a Previdência Complementar”, disse Paulo Cesar dos Santos
(Foto), titular da SRPC no primeiro
Dia do evento. Ele defendeu que há uma necessidade de
mostrar aos jovens que as vantagens dos planos de benefícios.
O Secretário de Previdência, Marcelo Caetano, ressaltou a importância do
crescimento do sistema de Previdência Complementar. Ele disse que o seminário
tinha a importância de trazer experiências internacionais para dar ideias de
políticas públicas para a expansão do setor. “É necessário criar políticas
públicas para que a previdência complementar atinja um grupo muito maior que os
atuais 3,5 milhões de participantes, entre ativos e assistidos”, apresentou
Caetano.
O Professor e Pesquisador da Unicamp, Geraldo Biasotto Júnior, reforçou a ideia
que a poupança previdenciária é fundamental para o desenvolvimento do país. “Se
não tivermos uma estrutura de previdência complementar sólida, provavelmente o
país não conseguirá engatar o desenvolvimento tão almejado”, disse em sua
apresentação. Ele apresentou dados e análises de estudos realizados em conjunto
com o Professor José Roberto Afonso, Consultor da Abrapp.
Aumento longevidade - A Consultora da Mercer, Renee
Mcgowan iniciou sua palestra abordando o desafio do aumento da expectativa
de vida mundial. A especialista mostrou uma capa da Revista Time que mostra um
bebê que deve viver até 142 anos de idade. Nós estamos preparados para viver o
dobro do que vivemos atualmente? Como vamos sustentar o aumento da
longevidade?”, questionou a consultora.
“O Economista do Banco Mundial, Heiz Rudolf, também
enfocou o desafio do aumento da longevidade. “Daqui a 40 anos a expectativa de
vida no brasil não será diferente dos países europeus”. Ele falou sobre a
necessidade de mudar as regras da Previdência Social no país e incentivou a
cobertura da Previdência Complementar. O especialista defendeu ainda que as
entidades fechadas devem promover uma maior diversificação dos investimentos
com uma visão de longo prazo.
Geração Millennials - Como atrair as novas gerações
para participar dos planos de Previdência Complementar foi uma pergunta
recorrente durante o seminário. O Líder da Área de Previdência da Willis Towers
Watson na América Latina, Felinto Sernache, começou sua apresentação mostrando
que a Millennials, jovens nascidos entre 1980 e 2000, já representam 45% da
força de trabalho na região.
O especialista explicou que, ao contrário do que se
imagina, essa geração tem grande capacidade de poupança, mas com um perfil
diferente. “Eles poupam mais para buscar um estilo de vida desejado do que para
a aposentadoria. Querem ter o emprego dos sonhos e viajar pelo mundo”, disse
Sernache.
O Pesquisador da Fipe, Helio Zylberstajn, defendeu a educação financeira
e previdenciária como ferramenta para desenvolver uma cultura de poupança de
longo prazo. Explicou ainda que a Fipe pretende desenvolver estudos na área
comportamental para conhecer como é a cultura de poupança em diversas camadas
da população.
diário da ABRAPP