Empregadores
entram no "Setembro Amarelo" com motivos para se preocupar.
"Setembro Amarelo" tem como objetivo conscientizar a
população brasileira sobre a prevenção do suicídio.
Sabe-se que 97% dos casos
de pessoas que tiram a própria vida estão relacionados a transtornos
psiquiátricos.
Sendo o Brasil, o país com a população mais ansiosa do mundo,
segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado em 2020, e
estando entre os cinco países com mais casos de depressão, esta data é motivo
para gerar reflexão profunda e preocupação.
A verdade é que o número de vidas ceifadas pelo suicídio é maior
do que pelo HIV, malária ou câncer de mama.
A saúde mental é um fator de preocupação também para as grandes
organizações pois, além de poder causar danos à integridade física de seus
colaboradores, influencia bastante na produtividade do funcionários e
consequentemente no desempenho financeiro das corporações.
Não à toa, de acordo como estudo liderado pela própria OMS, a
estimativa é de que na atualidade transtornos de saúde mental gerem perdas de
US$ 1 trilhão por ano para a economia global.
Sendo a perspectiva futura
bastante desastrosa: de acordo com a organização, até 2030, a depressão será a
maior causa de perda de produtividade em todos os países economicamente
desenvolvidos.
O transtorno mental interfere no desempenho dos funcionários e
consequente na saúde financeira de uma organização de diversos modos. Os mais
comuns são:
- Sensação de perda de controle: quando não se consegue
gerenciar corretamente pensamentos e emoções, perde-se a perspectiva de
longo prazo. Sem conseguir planejar com clareza o próximo passo, fica-se
propenso a consumir por impulso, ou seja, a gastar o que a empresa não
necessita;
- Tendência em evitar problemas: quando a pessoa não se sente
bem emocionalmente, evita a todo custo lidar com assuntos difíceis que
podem piorar a situação. Ao optar pela inação por não conseguir pensar com
clareza pode-se prejudicar a corporação;
- Perda de autoestima: a baixa autoestima faz com que a pessoa
aceite acordos que não são favoráveis, seja para “comprar” paz e aceitação
ou por faltar energia para lutar por condições “ganha-ganha”.
Conforme levantamento, 96% dos pesquisados percebeu mudanças
nas políticas de RH neste período, como auxílio para trabalho remoto, períodos
de licença não remunerada, jornadas de trabalho mais curtas e benefícios de
saúde extensíveis a familiares.
Contudo, segundo especialistas, há ainda
muito o que melhorar, isto porque apenas um em cada seis respondentes disse
sentir-se apoiado adequadamente pelas empresas.
A ANS tem buscado induzir mudanças no modelo de atenção à saúde
praticado a partir do estímulo à adoção, pelas operadoras, de práticas
cuidadoras e integrais, com a implantação de programas para Promoção de Saúde e
Prevenção de Riscos e Doenças (Promoprev).
“Entendemos que a atenção à saúde
mental na saúde suplementar deve ultrapassar a abordagem do quadro agudo e dos
sintomas ativos e possuir uma perspectiva ampliada e completa.
Essa visão
certamente tem influências positivas no atendimento aos beneficiários e é
importante que as operadoras estejam atentas”, destacou o diretor-presidente da
ANS, Paulo Rebello.
VALOR ECONÔMICO