Depósitos em poupança superam os saques em R$ 27 bi
no mês de julho.
Desde
o início da pandemia do novo coronavírus, a caderneta tem registrado valores
elevados em captação líquida.
Os depósitos em poupança superaram os saques em R$
27,1 bilhões em julho. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (6) pelo
Banco Central.
Esta é a terceira maior captação líquida mensal da
história.
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a
caderneta tem registrado valores elevados em captação líquida e saldo, na
comparação com o restante da série.
Em maio, a diferença entre depósitos e saques foi
positiva em R$ 37,2 bilhões, maior da série –superou abril, que até então tinha sido o maior, com R$
30,4 bilhões.
Depois de registrar captação líquida recorde por
dois meses seguidos, em junho o valor foi menor, de R$ 20,5 bilhões,
mas em patamar ainda acima dos outros meses da série histórica, iniciada em
janeiro de 1995. Em julho, o número voltou a subir.
O saldo total aplicado na modalidade é de R$ 972 bilhões, o
maior da série.
Os
brasileiros depositaram R$ 292 bilhões na poupança, o maior valor da série. Os
saques, no entanto, também bateram recorde em julho, com R$ 265 bilhões.
Benefícios
do governo, como saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), e o
auxílio emergencial, podem explicar o movimento de alta nos depósitos, já que
são pagos por meio de conta-poupança digitais da Caixa Econômica Federal.
Além
disso, com as incertezas geradas pela crise, muitos adiam planos de consumo e
fazem reservas.
Por
outro lado, com a flexibilização do isolamento social em algumas cidades e a
reabertura dos comércios, as pessoas voltaram a consumir e, por isso, sacaram
recursos da poupança.
Em
junho, a caderneta não teve ganho real (acima da inflação), de acordo com dados
do Banco Central e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No mês, a poupança rendeu 0,17% e a inflação foi de 0,26%, com 0,09 ponto
percentual de perda.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo) de julho, considerado indicador de inflação oficial do país, será divulgado
nesta sexta-feira (7).
A poupança rende a Taxa Referencial (TR), hoje
zerada, mais 70% da Selic, que está em 2% ao ano.
A regra prevê que, quando a taxa básica de juros
estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será 0,50% ao mês, mais
TR.
Caso a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é
remunerado a 70% da Selic, acrescida da TR.
FOLHA DE SÃO PAULO