Os novos membros do
Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), reunido ontem, terão até
o próximo dia 8 para propor temas que a seu ver devem figurar numa agenda
prioritária do sistema fechado de previdência complementar nos próximos meses.
O convite para que os conselheiros apresentem as suas sugestões partiu do
Presidente do CNPC, Marcelo Caetano, secretário de Previdência do Ministério da
Fazenda, segundo quem a partir dos assuntos relacionados será feita uma
consolidação e definidas as prioridades.
De pronto, sem prejuízo de
um encaminhamento formal pela Abrapp daqui a alguns dias, o Presidente José
Ribeiro Pena Neto, que junto com a presidente do Sindapp, Nélia Pozzi,
representa as EFPCs no CNPC, apresentou 5 pontos que no seu entendimento devem
figurar entre os prioritários: revisão pontual do Plano de Contas; revisitar a
Resolução CNPC 19 para se dispensar os conselheiros suplentes, em nome da
desoneração, da exigência da certificação; adoção da inscrição automática
de participantes nos planos; blindar os planos para evitar que em função de
decisões judiciais equivocadas um seja levado a pagar compromissos de outro,
fazendo isso por meio da adoção do mecanismo do patrimônio de afetação e de
CNPJ por plano; e medidas tributárias corajosas que signifiquem incentivo de
fato ao ingresso na previdência complementar.
Entre os temas apontados
como merecedores de figurar como prioritários, Esdras Esnarriaga Junior,
Diretor de Administração da Previc citou ser urgente apresentar a previdência
complementar ao País como solução para muitos dos problemas que a Nação
enfrenta, como a falta de poupança de longo prazo e de proteção a um maior
número de trabalhadores na aposentadoria. Mencionou também a importância da
sustentação da dívida pública.
Ao final da reunião, que
em seu início teve o Secretário-Adjunto de Políticas de Previdência
Complementar, José Edson da Cunha Júmior, fazendo uma apresentação acerca dos
cenários e desafios que se deve enfrentar, seguido da exposição de um estudo da
TNS, contratado pela Abrapp e que mostra o grau de desconhecimento que empresas
e sindicatos têm do que são fundos de pensão, o Presidente José Ribeiro
Pena Neto fez um convite a todos os presentes para que participem do 37º
Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, de 12 a 14 de setembro. E não apenas
por ser o maior evento do sistema, mas especialmente pela qualidade das
exposições e debates, capaz de dar a moldura do caminho que se irá trilhar por
muito tempo à frente.
Antes da reunião do CNPC,
ainda na parte da manhã, os presidentes José Ribeiro (Abrapp), Nélia Pozzi
(Sindapp) e Vitor Paulo Camargo Gonçalves (ICSS) reuniram-se com os demais
representantes do segmento da sociedade civil no Conselho para um alinhamento
das opiniões dentro do grupo. Formou-se assim um consenso em torno do muito que
é necessário revitalizarmos a imagem do sistema, investirmos no fomento e
mostrarmos aos brasileiros a contribuição que a poupança previdenciária poderá
dar à economia brasileira e à proteção do trabalhador.
Diagnóstico e agenda de
trabalho
- O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) se reuniu, nesta
quarta-feira (31), para fazer um diagnóstico do Regime de Previdência
Complementar e estabelecer uma agenda de trabalho para os próximos encontros. O
secretário de Previdência, Marcelo Caetano, presidiu a reunião.
O diagnóstico, apresentado
pelo secretário-adjunto de Políticas de Previdência Complementar, José Edson da
Cunha, abordou os cenários global e nacional da previdência e apontou a
necessidade de ajustar o sistema previdenciário brasileiro às mudanças
demográficas em curso.
Sobre o cenário dos fundos
de pensão, o diagnóstico chamou a atenção para o aumento de patrimônio das 306
entidades fechadas de previdência complementar, que administram 1.090 planos de
benefícios. Também foram sugeridas ações de fomento, para atrair ainda mais
participantes. Ele chamou a atenção para o fato de que 46,6% dos participantes
ativos têm entre 25 e 54 anos. “A população do Regime de Previdência
Complementar também está envelhecendo”, comentou.
Foi apresentada uma
pesquisa encomendada pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de
Previdência Complementar (Abrapp) para avaliar a percepção de empresas e
sindicatos com relação à previdência complementar. Entre as principais
conclusões, estão a falta de conhecimento sobre o tema e a falta de interesse
dos funcionários. Além disso, a enquete apontou motivos que levam as entidades
a não aderirem à previdência complementar fechada, entre os quais estão custos,
burocracia e falta de incentivos fiscais.
Para o secretário de Previdência, Marcelo
Caetano, é necessário traçar novas estratégias de divulgação sobre a
previdência complementar fechada. “Precisamos conscientizar mais os
trabalhadores sobre esse tema, mostrando as vantagens desse sistema e a
importância de aderir à previdência complementar, quando se tem essa opção”,
ressaltou.
Abrapp / Assessoria de Comunicação da Previdência Social