Dado consta de
estudo da Fazenda, que também defende reforma do governo Temer. Apenas 3% dos
benefícios pagos pela Previdência Social no Brasil vão
para os mais pobres da população, mostra estudo divulgado nesta quinta-feira
(5) pelo Ministério da Fazenda.
Ainda de acordo com o levantamento, realizado para fazer um balanço das
ações do governo nos últimos anos e para elencar os desafios da próxima equipe
econômica, 41% dos benefícios previdenciários vão para atender os 20% mais
ricos.
“Por isso, reformar a previdência, com foco na redução de privilégios, é
uma medida de redução da desigualdade”, conclui o documento.
Essa desigualdade aparece também nos gastos do governo com pessoal: 79%
das despesas com folha de pagamento são destinadas para os 20% mais ricos.
“Como é sabido, os salários no setor público são muito superiores aos
pagos no setor privado. A maior contenção dessa remuneração e a diminuição dos
postos de trabalho no setor público teriam efeito significativo no sentido de
redistribuir renda”, afirma o estudo.
O texto lembra que o programa Bolsa Família tem um impacto
diverso, com as camadas mais pobres da população recebendo uma parcela maior do
benefício social.
“Infelizmente é a exceção, pois a ampla maioria das políticas públicas
do governo federal não chega nos mais pobres e acaba acentuando a desigualdade
de renda”, afirma.
O texto faz uma
defesa ferrenha do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas do
governo à inflação.
PREVIDÊNCIA
O documento ainda
defende a reforma da Previdência como idealizada pelo atual governo.
“A reforma que
está pronta para votação na Câmara dos Deputados é um ponto de partida
importante. Além de ter impacto fiscal significativo, é socialmente justa e
contribui para a igualdade de oportunidade e redução da pobreza, uma vez que
reduz privilégios na aposentadoria de algumas categorias e preserva a
aposentadoria dos mais pobres”, afirma trecho do texto.
A equipe econômica
de Guedes, entretanto, já apontou que pretende adotar somente alguns pontos da
reforma das aposentadorias do governo Temer.
Nesta terça-feira
(4) o presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou que deve enviar uma proposta
de reforma fatiada ao Congresso,
começando as alterações pela idade mínima para aposentadoria.
FOLHA DE SÃO PAULO