Eleito no
fim do ano passado para ocupar a presidência da Abrapp (Associação Brasileira
das Entidades Fechadas de Previdência Complementar) até 2019, Luís Ricardo
Martins diz que a prioridade do seu mandato será o fomento da previdência
complementar no Brasil. "O sistema está estagnado. Nossa proposta é como
reinventar a previdência complementar privada", afirmou Martins, que
também é presidente da OAB Prev-SP, plano de previdência voltado para os
advogados paulistas.
O
executivo substitui José Ribeiro Pena Neto à frente da Abrapp, que já havia
divulgado também ações para incrementar os planos de aposentadoria. Em
novembro, a previdência privada contava com uma reserva de R$ 791 bilhões,
segundo a Abrapp. Pelos cálculos da entidade, esse montante será consumido até
2034 com o pagamentos de aposentadoria, se não houver novas adesões ao sistema.
Em entrevista a jornalistas ontem, Martins considerou que o número de
participantes dos planos de previdência fechada tem crescido abaixo do que
poderia. Nos últimos cinco anos, a evolução foi de 19%, com 2,5 milhões de
pessoas.
A entidade estima que o
público potencial é de 15,3 milhões. Entre as medidas que a Abrapp quer
implantar está a adesão automática de funcionários a planos de previdência
privada. Ou seja, tão logo um trabalhador fosse contratado, ele já passaria a
contribuir com o plano de aposentadoria da empresa. Hoje, os trabalhadores têm
a opção de entrar nesses planos ou não. A ideia da Abrapp é que a entrada seja
automática e, quem não quiser fazer os aportes tenha de pedir para sair. A
avaliação de Martins é que isso faria crescer a poupança dos trabalhadores
porque, pelas estimativas da Abrapp, 500 mil pessoas não aderiram aos planos de
suas companhias. Outra proposta que o novo presidente da associação dos fundos
quer levar ao governo é a isenção tributária para quem poupou recursos para a
aposentadoria por 30 anos ou mais. Isso funcionaria como uma espécie de
incentivo à poupança. Ainda sem números oficiais fechados, a Abrapp projetou
que os fundos de pensão encerraram 2016 com uma rentabilidade de 14,86%, valor
acima da meta atuarial, de 13,44%. Até novembro de 2016, 71,6% dos ativos dos
fundos de pensão estavam investidos em renda fixa, contra 18,8% na renda
variável. A carteira das fundações somava R$ 754,5 bilhões. O levantamento da
Abrapp mostrou que 82 entidades acumulavam em novembro um déficit de R$ 80,6
bilhões, enquanto outras 137 tinham um superávit de R$ 19,1 bilhões.
Valor