Existe
uma bolha na Bolsa brasileira, afirma Luis Stuhlberger
Gestor do Verde diz que busca por
ativos mais rentáveis pressiona demanda por ações.
O
presidente de uma das maiores gestoras independentes do país enxerga uma bolha
na B3, a Bolsa brasileira, por causa da queda da taxa básica de juros, a Selic.
Luis Stuhlberger, presidente da Verde Asset Management, afirmou que a
Selic no menor nível histórico tem pressionado a Bolsa ante a maior demanda por ativos mais rentáveis.
"No
Brasil existe uma bolha na Bolsa. Os órfãos do CDI estão diversificando tudo o
que aparece", afirmou.
"Isso
é muito bom para economia brasileira, mas o mercado está praticamente
forçando o Banco Central a cortar mais a taxa quando, na minha opinião, deveria
ter parado no 4,75% para depois não ter que subir de novo", disse em
evento do banco Credit Suisse, em São Paulo.
Para ele, a inflação pode chegar a um patamar de "não linearidade" em
algum momento.
"Além disso, o que mais impressiona é o mercado precificar
inflação de 10 anos. Isso não é posição fácil de se fazer", afirma o
gestor do Verde.
pesar
da avaliação de risco, Stuhlberger afirma que o fundo Verde mantém uma posição
de 20% em ações brasileiras.
"As pessoas físicas vão continuar investindo,
até porque eu acho que o Banco Central deve baixar os juros de novo. E com
juros a 4,25% [ao ano], a festa continua", disse.
Ainda
segundo o gestor, o mercado de juros também é a bolha de ativos mais evidente
no mundo. "A taxa de juros está distorcida em qualquer parâmetro
histórico", completou.
Sobre a
percepção de risco envolvendo o ano eleitoral nos Estados Unidos, os executivos
também ponderam que a política monetária expansionista daquele país também
estão distorcendo o preço dos ativos.
De
acordo com Xavier, ainda que exista espaço na política monetária de outros
países para dar suporte no cenário mundial, existem riscos que podem levar a
uma desaceleração do crescimento da economia global.
VALOR ECONÔMICO