Como a reforma tributária
redistribui a arrecadação para estados e municípios
Proposta
tem apoio da maioria dos governadores e prefeitos, mas minoria pode minar
aprovação.
A reforma tributária modifica a
distribuição da arrecadação entre estados e municípios. Saiba quais as
alterações propostas.
MUDANÇA NO DESTINO DA ARRECADAÇÃO
Os
novos tributos sobre o consumo serão destinados à região em que está o
consumidor do produto ou serviço, seguindo o princípio do destino. Atualmente,
o dinheiro fica no local em que está a sede da empresa (princípio da origem).
QUE TRIBUTOS SERÃO AFETADOS
A
mudança vale para o ICMS estadual e o ISS municipal. Esses dois tributos serão
extintos e substituídos por um único imposto sobre bens e serviços, o IBS.
QUEM GANHA
Quase
85% dos municípios brasileiros, incluindo 11 capitais, e também 17 estados vão
ampliar sua fatia no bolo com essa mudança, de acordo como estudo feito pelo Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada) sobre impactos redistributivos da reforma na
Federação.
QUEM PERDE
Outros
entes perdem participação no bolo, ainda assim, terão aumento de arrecadação
com a reforma em termos absolutos. O Ipea calcula que apenas 16 municípios
perderão de fato receita.
Com
efeitos positivos do crescimento econômico gerado pela reforma, todos os
estados e 98% dos municípios ampliam sua arrecadação (incluindo todas as
capitais), segundo o instituto.
COMO É A DESIGUALDADE ENTRE OS
ENTES DA FEDERAÇÃO
Segundo
o Ipea, o efeito redistributivo tem potencial de reduzir a diferença entre a
maior e a menor receita per capita de ICMS (tributo estadual) e ISS (imposto
municipal) de 200 vezes (R$ 14.621 e R$ 74) para 15 vezes (R$ 6.426 e R$ 497),
diminuindo o grau de desigualdade geral das receitas municipais.
Atualmente,
60% das cidades brasileiras não conseguem arrecadar de ISS nem R$ 100 por
habitante ao ano.
Os 61 municípios mais ricos em ISS concentram 43% de toda a
receita do imposto, embora tenham apenas 12% da população e não mais do que 27%
do PIB de serviços.
FOLHA DE SÃO PAULO