Por que as mudanças climáticas deveriam
fazer parte do currículo das faculdades de medicina?
Para pessoas idosas os efeitos são naturalmente ainda mais graves,
consideradas as taxas de morte dessa população mais vulnerável.
A
especialista em planejamento urbano Danielle Arigoni propõe maior atenção
da população de todas as idades na matéria intitulada “Por que os idosos devem
se engajar na questão das mudanças climáticas”.
Ela diz que os mais
velhos deveriam se juntar aos jovens para cobrar ações efetivas dos governos
para deter o aquecimento global.
Além disso, as ondas de calor são mais frequentes e especialmente
perigosas para os velhos.
A extensa inundação que ainda assola o estado do Rio Grande do Sul
demonstrou que as dificuldades no resgate das pessoas atingidas foram ainda
maiores quando idosas, com restrições de mobilidade e com o apego aos objetos
que amealharam ao longo da vida.
Afinal, deixariam a própria história no
passado, ficando expostos a perigos ainda maiores quando a expectativa seria
viver a velhice com o conforto e a segurança que só a própria moradia pode
oferecer.
Idosos formam certamente uma parcela sensível das vítimas da
tragédia gaúcha, uma vez que são mais suscetíveis a mudanças. Há risco de impacto na saúde mental e
também física da população a partir de 60 anos.
É que a rotina é um fator fortemente estruturante para os mais velhos.
Os dias regrados, com horários bem definidos para as mais simples tarefas do
dia a dia — tomar chimarrão, fazer café, sentar na poltrona para assistir à TV,
caminhar em volta da quadra —, se desorganizaram completamente para aqueles que
foram mais atingidos.
G1