INSS



  • Suspeita de fraude no INSS, Conafer promoveu fluxo de yanomamis para cidade e cadastro irregular de indígenas
  • OUTRO LADO: Entidade, que disse fornecer documentos necessários no processo, não respondeu aos questionamentos
  • Conafer ingressou em território sem autorização, e deslocamento de indígenas a núcleos urbanos amplia doenças, afirma Funai

Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais), apontada pela PF (Polícia Federal) como integrante do esquema de desvios de aposentadorias, promoveu um fluxo de yanomamis até áreas urbanas, o que levou a um aumento de enfermidades em razão da vulnerabilidade fora das aldeias, e cadastrou indígenas sem consulta prévia.

As informações fazem parte de documentos da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) elaborados em 2024, obtidos pela Folha por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação). Esses documentos de áreas técnicas –que incluem ofícios do MPI (Ministério dos Povos Indígenas)– foram produzidos antes de as fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) se tornarem públicas.

A PF afirma que o presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes, foi o líder e idealizador do esquema de fraudes em aposentadorias. Segundo a polícia, a Conafer foi a segunda entidade com mais descontos em aposentadorias, R$ 484 milhões, entre 2019 e 2024.

O ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou em novembro a prisão preventiva de Lopes, na mesma fase da operação da PF que prendeu o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto. O valor dos descontos em aposentadorias de beneficiários do INSS chegou a R$ 6,3 bilhões.

  • PF mira senador Weverton Rocha em nova operação contra fraudes no INSS
  • Ordens foram dadas pelo Supremo Tribunal Federal, incluindo 16 mandados de prisão e 52 de busca
  • Ação ocorre em Brasília, São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão

Polícia Federal faz buscas contra o senador Weverton Rocha (PDT-MA) nesta quinta-feira (18) em uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes em descontos sobre aposentadorias e pensões de beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Os investigadores cumprem 16 mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão. A ação foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Weverton é o líder do PDT no Senado. Ele entrou na mira de integrantes da CPI do INSS depois que assessores e outras pessoas ligadas a ele apareceram nas investigações sobre o esquema de fraudes, conduzidas pela PF e pela CGU (Controladoria-Geral da União).

As investigações apontaram que o empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, já esteve com Weverton Rocha.

Na CPI, Antunes, acusado de ser um dos operadores do esquema, declarou que foi a um churrasco de costela na casa do senador, quando teria falado com ele sobre a regulação da venda de derivados de cannabis –ou seja, uma atividade de representação empresarial sem ligação com descontos em aposentadorias.

O Careca do INSS também disse que esteve no gabinete do senador em outras ocasiões, mas que não conversou com o político. O interlocutor teria sido Adroaldo da Cunha Portal, hoje secretário-executivo do Ministério da Previdência, mas que, na época, trabalhava no gabinete de Weverton. A visita também teria sido para tratar sobre o mercado de cannabis.



FOLHA DE SÃO PAULO
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