MPF
aponta inconsistência em dados de fila de espera do INSS
Governo disse à Justiça ter 515 mil
benefícios atrasados, enquanto estoque estaria em 1,3 milhão.
A
Procuradoria da República no Distrito Federal classificou como inseguros os
dados informados pela União e pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
em ação civil pública em andamento na Justiça Federal da 1ª Região, e disse que
as informações não demonstram, com clareza, a situação da fila de espera de pedidos de benefícios
aguardando resposta.
Segundo
o MPF, os gráficos apresentados pelo INSS, quando comparados com os números informados pelo Ministério da
Economia à imprensa “encontram-se aparentes inconsistências.”
Uma
das informações colocadas em dúvida pelos procuradores é a da fila de pedidos
aguardando há mais de 45 dias. Na ação, o INSS informou ter 515.043 benefícios
represados.
Na
entrevista coletiva em que se anunciou uma força-tarefa com a contratação de militares
da reserva, o então presidente do INSS, Renato Vieira, e ex-secretário especial
de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, informaram que essa fila tinha 1,3
milhão de segurados.
O INSS informou na ação que o número de
benefícios represados em dezembro de 2019 era de 515.043.
29.537
aguardavam de 46 a 60 dias;
102.956, de 61
a 120 dias; e
183.457, de
121 a 240 dias.
O que o MPF considerou inconsistente
O
INSS prestou informações em dois momentos na ação civil pública em andamento na
Justiça Federal do Distrito Federal
Tarefas criadas X Benefícios
requeridos
Os números deveriam ser iguais, segundo o MPF, mas eram diferentes
TAREFAS CRIADAS = 466.789
BENEFÍCIOS REQUERIDOS = 477.946
TAREFAS CONCLUÍDAS = 530.990
BENEFÍCIOS = 983.552 (concedidos, indeferidos)
FOLHA DE SÃO PAULO