ENSINO SUPERIOR


No ensino superior pandêmico, docentes se sobrecarregam e alunos migram para EAD.

Matrícula em cursos a distância cresceu 27% de 2019 a 2020.

O Ministério da Educação não está errado ao destacar que a tendência de crescimento dos alunos matriculados no ensino superior brasileiro se manteve mesmo com a pandemia. 

expectativa geral era de evasão em massa dos estudantes.

Mas essa é só uma pequena parte do enredo.

Os dados do Censo da Educação Superior do Brasil de 2020 divulgados nesta sexta (18) —com quase meio ano de atraso— mostram que o número de alunos no ensino superior subiu bem pouquinho de 2019 para 2020: menos de 1%. 

Agora, são quase 8,7 milhões de estudantes nas instituições terciárias do país.

Os alunos, no entanto, se movimentaram. O Censo mostra que a quantidade de estudantes em cursos de graduação presenciais caiu 10% na pandemia. 

Na prática, é como se um em cada dez estudantes regularmente matriculados na modalidade tivesse saído do sistema. Isso dá mais de meio milhão de alunos.

O que cresceu, de fato, foram os números relacionados aos cursos de ensino superior da modalidade a distância a chamada EAD

As matrículas pularam de 2,5 milhões (em 2019) para 3,1 milhões (em 2020). Um aumento de 27% no período.

E vale destacar: a graduação presencial que teve excepcionalmente aulas remotas por causa das condições sanitárias na pandemia segue na conta das matrículas presenciais. 

Então, o curso a distância no Censo é a distância mesmo.

A imensa maioria dessas carreiras a distância, mostra o Censo, é oferecida na rede privada. 

São quase três milhões de alunos que pagam para estudar nesse tipo de curso oferecido pelo país —ante pouco mais de 150 mil alunos na modalidade em universidades públicas.



FOLHA DE SÃO PAULO
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