Risco de calote da chinesa Evergrande derruba
Bolsas pelo mundo; entenda
Ibovespa recua
2,33%; mercado lembra crise imobiliária de 2008, mas especialistas apontam
diferenças
O temor de um calote bilionário da Evergrande, uma gigante do
mercado imobiliário chinês, derrubou Bolsas pelo mundo.
O Ibovespa, principal
índice da brasileira B3, recuou 2,33% e fechou com 108.843 pontos.
O dólar
subiu 0,81%, cotado a R$ R$ 5,3320.
Nos Estados Unidos,
Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caíram 1,78%, 1,70% e 2,19%, respectivamente.
Na Europa, o índice
Euro Stoxx 50 (zona do euro) retrocedeu 2,11%. Também caíram as Bolsas de
Londres (-0,86%), Paris (-1,74%) e Frankfurt (-2,31%).
A Evergrande,
cujo passivo é estimado US$ 355 bilhões (R$ 1,89 trilhão), informou a credores
na semana passada que não conseguiria cumprir os pagamentos de juros da dívida
com vencimento nesta segunda-feira (20).
Economistas afirmam que a situação é grave, capaz de trazer de
volta o “fantasma da crise de 2008”, como relatou a casa de análise Levante
Research em boletim enviado nesta manhã a investidores.
Em setembro de 2008, o banco americano Lehman Brothers quebrou
ao reconhecer a insolvência de créditos imobiliários, sem receber socorro do
Fed (o banco central dos EUA), o que provocou um efeito dominó de perdas em
instituições financeiras pelo mundo afora.
A Evergrande
tem papel estratégico para projetos de longo prazo que buscam o desenvolvimento
econômico da China. A empresa é responsável por 1.300 empreendimentos em
cidades de baixa renda e gera 3,8 milhões de empregos (diretos e indiretos) ao
ano.
FOLHA DE SÃO PAULO