Bitcoin e ethereum lideram
rendimentos no semestre; dólar e ouro acumulam queda.
Criptoativos
foram beneficiados por pausa dos juros e crise bancária nos EUA.
As
criptomoedas bitcoin e ethereum lideram o ranking dos
melhores rendimentos do semestre, com valorização de 66,14% e 46,06%,
respectivamente, segundo levantamento do buscador de investimentos Yubb.
Os
criptoativos, que registraram forte queda no ano passado no
que ficou conhecido como "inverno cripto", foram beneficiados pela
expectativa de diminuição das taxas de juros dos Estados Unidos e pela busca
por proteção após a crise de bancos regionais americanos, afirma
Felipe Martorano, analista de criptomoedas da VG Research.
Já a poupança, investimento mais popular do país, teve valorização
de 4,07%. Apesar de ter ficado acima da inflação medida pelo IPCA-15, que subiu
3,16% no período, a aplicação ficou em último lugar entre as que tiveram maior
valorização no semestre.
Seguindo
as criptomoedas, as BDRs (Recibos Depositários Brasileiros, na sigla em inglês)
ficaram em terceiro lugar, com rendimento médio de 15,14%.
Os recibos são
negociados na Bolsa brasileira e replicam índices de companhias estrangeiras.
A
performance ocorre num ano positivo para alguns dos principais mercados
acionários dos Estados Unidos, destino favorito dos aportes
feitos por gestores locais.
O S&P 500, que reúne as maiores companhias do
país, subiu 15,91% no semestre, enquanto o Nasdaq, de empresas de tecnologia,
subiu 38,75%.
O Ifix (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários) e o Idiv
(Índice de dividendos), outros índices da B3, correram por fora com desempenho
levemente inferior.
Enquanto os fundos imobiliários tiveram alta média de
10,05% no semestre, os dividendos pagos a acionistas subiram 9,30%
Já o Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores
brasileira, ficou abaixo, em nono lugar, mas fechou o semestre com alta de
7,61%.
A aprovação do arcabouço fiscal e a diminuição das expectativas de
inflação, que apoiaram uma queda nos juros futuros, também contribuíram para a
performance do índice.
Entre os 16 investimentos analisados, o ouro e o dólar ficaram
nas duas últimas posições, sendo as únicas com desvalorização no período.
No Brasil, com
a expectativa de queda da Selic em agosto, as small caps também devem continuar
a trajetória de alta, em especial ações de empresas de consumo, do setor
imobiliário e de bens de capital, mais sensíveis à oscilação dos juros.
Por outro lado, investimentos de renda fixa, como a poupança e o
Tesouro Selic, devem apresentar rentabilidade menor, o que pode apoiar ativos
de risco na Bolsa brasileira.
Já o dólar deve continuar a trajetória de queda mesmo com o
corte nos juros por conta das projeções de queda de inflação no Brasil, que
deve manter a taxa de juro real (que desconta o IPCA) em níveis elevados no
país.
As expectativas de crescimento da economia também devem apoiar a moeda
brasileira.
FOLHA DE SÃO PAULO